A União Nacional dos Estudantes (UNE) receberá um cheque no valor de R$ 1 milhão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), para a criação do Centro de Estudos Honestino Guimarães - último presidente da entidade no regime militar, cujo corpo está desaparecido até hoje. Com o apoio da Unesco e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o convênio será assinado amanhã, em homenagem ao aniversário da morte do estudante Edson Luís, assassinado em 1968. O presidente da UNE, Felipe Maia, conta que será o primeiro acervo nacional relativo à história do movimento estudantil. O centro ficará provisoriamente num sobrado em Botafogo, cedido pela Uerj, até que a sede definitiva da UNE seja construída na Praia do Flamengo, no mesmo terreno onde funcionou o histórico prédio da entidade, incendiado e demolido durante o regime militar. "É um projeto revolucionário, de grande importância social, que não vai se prender exclusivamente ao passado", diz o presidente da UNE. "O centro também vai produzir pesquisas relacionadas à participação dos estudantes e aos problemas enfrentados atualmente nas universidades do País". A assinatura do convênio será às 13h30 de amanhã, no Salão Ministerial do Museu da República, no Catete. O centro reunirá fotos, textos jornalísticos e documentos referentes ao movimento estudantil e aos 65 anos de existência da UNE. Terá ainda um biblioteca. "Vamos construir no Rio um acervo unificado da memória estudantil", diz Maia.