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UNE diz que abre sigilo bancário

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da União Nacional dos Estudantes, Felipe Maia, disse nesta sexta-feira que está disposto a abrir mão do sigilo bancário da entidade, caso o Ministério Público decida investigar suas contas. A Social-Democracia Estudantil, ligada ao PSDB, prepara representação ao MP, pedindo que os promotores investiguem a prestação de contas da UNE sobre o destino dado ao dinheiro arrecadado com as carteiras estudantis. "Nós não temos medo de fiscalização", afirmou. Grupos de oposição à presidência da UNE divergem sobre a quantia que a entidade informa arrecadar com as carteirinhas (R$ 1,9 milhão). Eles acreditam que esse valor possa chegar a R$ 12 milhões e pedem transparência nas contas da união. "Esse ataque é infundado, tem o objetivo de prejudicar a representação estudantil e está partindo do grupo mais interessado em que a UNE esteja paralisada. Nesse sentido, é claro que isso me incomoda. Mas não tira o meu sono nem de ninguém da UNE", afirmou Maia. De acordo com a assessoria de imprensa da entidade, a UNE não é obrigada, por lei, a prestar contas, mas os balanços estão publicados na revista mensal da entidade e no site www.estudantenet.com.br. Maia afirmou que a entidade vai "apertar a fiscalização" sobre os postos avançados da UNE, aptos a fazer as carteirinhas. Ele tem recebido denúncias de que pessoas que não são estudantes conseguiram a carteira, sem provar que estão matriculados em universidades. "Não temos como ir às secretarias para comprovar se as pessoas estão ou não matriculadas. Mas vamos descredenciar os postos avançados que não exigirem documentos. Eles desmoralizam a carteirinha", afirmou. O presidente da UNE criticou a lei da deputada estadual Tânia Rodrigues (PSB), que desvincula a meia-entrada em eventos culturais da carteirinha da UNE. "Isso não vai resolver o acesso à cultura. O jovem que está fora da escola muitas vezes não tem dinheiro nem para pegar um ônibus, e chegar ao centro da cidade, onde se concentram esses eventos", disse. "Essa é uma atitude demagoga. A meia-entrada incentiva o estudo." Maia disse ainda que a UNE vai estudar o fornecimento gratuito da carteirinha a partir da lista de isenção da taxa de vestibular nas universidades públicas. A iniciativa beneficiaria alunos pobres.

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