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'Uma ou duas pessoas ou entram no eixo ou serão ignoradas', diz Bolsonaro

Sem citá-los nominalmente, presidente confrontou ministros do STF e afirmou que não vai admitir que 'joguem fora as quatro linhas da Constituição'

Foto do author Daniel  Weterman
Foto do author Amanda Pupo
Por Daniel Weterman , Amanda Pupo (Broadcast) e Camila Turtelli
Atualização:

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro manteve o discurso de confronto como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao conversar com apoiadores na manhã desta terça-feira, 7, dia em que convocou manifestações a favor do seu governo. Sem citar nominalmente nenhum magistrado, afirmou que "uma ou duas pessoas entram no eixo ou simplesmente serão ignoradas na vida pública".

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"Nosso País não pode continuar refém de uma ou duas pessoas, não interessa onde elas estejam", afirmou Bolsonaro em conversa com apoiadores dentro do Palácio da Alvorada, pouco antes de se dirigir à cerimônia de Hasteamento na Bandeira. A fala foi transmitida nas redes sociais do presidente. 

Bolsonaro não os citou dessa vez, mas, nos últimos dias, tem renovado ataques aos ministros Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso e citado "uma ou duas pessoas" que estariam jogando "fora das quatro linhas da Constituição". Moraes foi autor de decisões que desagradaram ao presidente, como a prisão de aliados no inquérito dos atos antidemocráticos. Já Barroso, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi contra o voto impresso, bandeira de Bolsonaro derrotada no Congresso.

Em conversa com apoiadores, Bolsonaro afirmou ser 'porta-voz do povo brasileiro' e confrontou ministros do STF - 30/9/2020. Foto: Gabriela Biló/Estadão

O presidente chegou a apresentar um pedido de impeachment contra Moraes no Senado, mas a requisição foi arquivada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

"Vou continuar jogando dentro das quatro linhas, mas, a partir de agora, não admito que outras pessoas, uma ou duas, joguem fora das quatro linhas. A regra do jogo é uma só: respeito à nossa Constituição, liberdade de opinião sempre tendo a nossa Constituição, que é a vontade popular, acima de tudo."

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