O Estado de S. Paulo completa 144 anos, nesta sexta-feira, 4, com uma história marcada pela defesa de temas relevantes para a sociedade e o País, entre eles, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, apontados recentemente por diversos organismos internacionais como fatores determinantes para o futuro das próximas gerações.
Criado por um grupo de 21 idealistas republicanos, entre eles, dez fazendeiros das regiões da capital e de Campinas, o Estado levantou a bandeira da defesa do meio ambiente quando o assunto mal permeava as discussões econômicas e estava restrito às pesquisas científicas e estudos acadêmicos.
Já em julho de 1887, quando ainda se chamava A Província de São Paulo, o jornal defendeu a urgência da redação de um código florestal como instrumento legal para a preservação da mata na produção do carvão consumido pela indústria e pelas locomotivas a vapor da época. Nas décadas seguintes, O Estado de S. Paulo – como passou a se chamar após a proclamação da República, em 1889 –, insistiu, em editoriais e reportagens, na proteção das florestas. Defendeu também os povos indígenas, os seringueiros, uma exploração racional das terras e a preservação da Amazônia.
Personagens relevantes dessa trajetória brasileira, como o marechal Cândido Rondon e os irmãos Villas Boas, sempre contaram com o apoio do jornal em artigos e em reportagens especiais. Mais recentemente, o Estado destacou a luta da Fundação Mata Atlântica em defesa da vegetação e da fauna ameaçadas de extinção, especialmente na Serra do Mar. Na edição de 5 de dezembro de 2018, um editorial do jornal alertou o então presidente eleito, Jair Bolsonaro, a agir com cautela em relação ao Acordo de Paris, firmado em 2015 por 195 países da ONU, com o compromisso de adotar uma série de ações para conter mudanças climáticas.
Rio Tietê. Entre as campanhas defendidas pelo Grupo Estado ao longo desses últimos anos, está a da despoluição do rio Tietê, que tem 1.100 quilômetros e passa por vários municípios paulistas. No início dos anos 1990, a Rádio Eldorado encabeçou uma campanha, junto com a SOS Mata Atlântica, pela limpeza do rio. Foi organizado um abaixo-assinado, encampado pelo Grupo Estado (que incluía o Jornal da Tarde, publicado até 2012), e reuniu cerca de 1,2 milhão de assinaturas. A movimentação acabou mobilizando o governo do Estado a lançar, em 1992, o Projeto Tietê para a despoluição do rio.
Passados quase 27 anos, porém, o Tietê ainda não se livrou do problema. Após investimentos de US$ 2,8 bilhões, houve ampliação de 70% para 84% do índice de coleta de esgoto, e a mancha de poluição do rio recuou 408 km. Os números mostram um processo de recuperação, mas ainda lento.
Monitoramento anual feito pela SOS registrou no ano passado uma redução de 8 km na mancha em relação a 2017. Mas em 122 km – 11% de sua extensão – o rio ainda está altamente poluído. Essa mancha considerada morta vai de Itaquaquecetuba até Cabreúva.
Novas plataformas. A defesa do meio ambiente é destaque no site do Estado. A iniciativa mais recente foi o lançamento da Supercoluna Bolsonaro e o Ambiente, no dia 1.º de janeiro, como parte do projeto Supercolunas, em que editores e especialistas do jornal ajudam o leitor a mergulhar no conteúdo e entender os fatos. O tema de estreia foi mudanças climáticas.
O portal também abriga o site Mar Sem Fim, do jornalista João Lara Mesquita, que traz notícias, entrevistas e análises sobre a área com foco no mar e nas zonas costeiras, além de documentários sobre a Antártida e unidades de conservação, entre outros temas. Em publicação feita no último dia 26, por exemplo, o jornalista analisou as indicações feitas pelo ministro Ricardo Salles para os principais postos do Ministério do Meio Ambiente. Nesta quinta-feira, 3, o tema foi a decisão do governo do Japão de retomar a caça de baleias, apesar de proibição internacional.
O Estado também mantém três blogs sobre meio ambiente, com diferentes abordagens. Em Ambiente-se – Porque nosso planeta é um só, são tratados questões como aquecimento global, desmatamento e situação da fauna e da flora. No blog Mais Democracia, Mais Sustentabilidade, profissionais do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) abordam temas que vão da gestão da água e saneamento a energias renováveis, preservação da floresta e valorização da diversidade socioambiental brasileira. Já o Eu na Floresta – Quem são e como vivem os povos da Amazônia fala sobre a vida dos povos locais.
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