Uma banda para desafinar as finanças

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Por Brás Henrique e SERRANA
Atualização:

O que era uma apresentação voluntária e semanal de uma banda que tocava MPB nos anos 80 tornou-se um precatório e uma enorme dor de cabeça para a prefeitura de Serrana, na região de Ribeirão Preto, em 2003. A Justiça determinou o sequestro de R$ 877 mil da conta da prefeitura, que arrecadava por mês, na época, entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões. "Foi um transtorno. Demoramos quase um ano para rearranjar as contas do município", diz o diretor da Fazenda de Serrana, Evandro Viana, que ocupava o mesmo cargo naquele ano. Ele diz que o senador Aloizio Mercadante (PT) sempre lembra do caso de Serrana quando fala da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. "Ele diz que nem show dos Rolling Stones custa o que foi cobrado da prefeitura." Viana lembra que uma banda local tocava MPB no coreto da praça, nas noites de domingo, nos anos 80, sem nada cobrar. Porém o prefeito da época proibiu a banda de se apresentar em certo momento. Os músicos então entraram na Justiça e alegaram na ação que trabalhavam diariamente. No início dos anos 90, a procuradoria da prefeitura perdeu o prazo de defesa. O epílogo da história foi o sequestro judicial em 2003. "Saiu dinheiro da educação e da folha de pagamento", lamenta Viana.

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