Um milhão de mulheres fazem aborto no Brasil por ano

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Por Agencia Estado
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As discussões em torno do aborto prometem ser bastante conturbadas na semana que vem. Na próxima sexta-feira, centenas de organizações feministas da América Latina e do Caribe vão às ruas para lembrar o Dia pela Discriminalização do Aborto. Enquanto isso, no Congresso Nacional, parlamentares tentam agilizar seus projetos para retirar do Código Penal o artigo em que a interrupção da gravidez é permitida em casos de estupro ou para salvar a vida da mulher. Pesquisa recentes revelam que cerca de um milhão de mulheres por ano submetem-se a abortos no Brasil, e a maior parte deles é realizada em condições inseguras e de forma clandestina. Entre os anos de 1993 e 1998, cerca de cinqüenta mil mulheres foram atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por complicações abortivas. "As estatísticas revelam que o aborto é uma questão de saúde pública, então, não deve ser ignorado pelo Governo", afirmou a coordenadora da campanha pelo direito ao aborto, Jacira Melo. De acordo com a coordenadora do Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade de Brasília (UnB), Ana Costa, a questão da legalização do aborto precisa ser revista. "O aborto é um dos principais responsáveis pela mortalidade materna no País. Existem, no Brasil, cerca de 110 mortes maternas para cada cem mil nascidos vivos. Esse índice corresponde a 6% dos óbitos de mulheres de 10 a 59 anos", afirmou. O aborto é permitido, sem restrições, em quatro países da Região: Cuba, Guiana, Porto Rico e Barbados. Ele é totalmente proibido em seis Países: El Salvador, Honduras, República Dominicana, Haiti, Chile e Colômbia. Nos outros países, a legislação varia com permissões legais para a realização do aborto em situações de gravidez por estupro; risco para a saúde das mulheres; malformação fetal grave e até por questões razões socioeconômicas.

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