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Um em quatro municípios crava eleito

Por Rodrigo Burgarelli
Atualização:

Quase um quarto das cidades brasileiras - 1.299 municípios - sempre votou no candidato que ganhou as eleições presidenciais desde 1994. O alto número tem duas principais razões. A primeira é que, normalmente, o vencedor ganha na maioria dos municípios - embora isso não seja obrigatório para se eleger presidente.A segunda é que a divisão geográfica do voto no País começou há apenas três eleições. De 1994 a 2002, quando a polarização PT-PSDB passou a dominar as disputas, não houve uma clara divisão do território. Nesse primeiro ano, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ganhou em todos os Estados, exceto no Rio Grande do Sul. Em 1998, voltou a ganhar em praticamente todo o País - Lula (PT) venceu no RS e no Rio, e Ciro Gomes (então no PPS), no Ceará. Em 2002, a cor do Brasil se inverteu. Lula só perdeu em Alagoas.A preferência pelo candidato de um partido específico passou a ter contorno geográfico só em 2006, quando as políticas sociais de Lula o ajudaram a conquistar um eleitorado fiel nas áreas mais pobres. Foi então possível dividir o mapa em uma área majoritariamente petista, concentrada no Nordeste e parte do Norte, e uma mais tucana, espalhada pelo Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa divisão se repetiu em 2010 e 2014, em intensidades diferentes. Isso ajuda a explicar por que a maioria (57%) dos 1.299 municípios que sempre votou no vitorioso está no Nordeste - essa região acompanhou o País no voto em FHC em 1994 e 1998 e em Lula em 2002, e desde então sempre apoiou candidatos do PT ao governo federal. No mapa também se destacam cidades do interior da Amazônia, do norte de Minas e da área de maior concentração indígena de Mato Grosso do Sul. Por outro lado, Estados que desde 2006 preferem o PSDB registram poucos municípios que sempre acertaram o vencedor. Santa Catarina só tem duas cidades nesse perfil, e apenas 26 dos 645 municípios paulistas se encaixam nessa descrição. / R.B.

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