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Um chef na cozinha de casa, a tendência nos EUA

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Por Agencia Estado
Atualização:

Rod e Debbie Basler queriam experimentar a dieta South Beach, mas seu trabalho tornava impossível fazer as compras e cozinhar o exigido pelo regime. Com o consultório de dermatologia dele e os três restaurantes do casal, os Baslers não tinham tempo para a meticulosidade de um plano bem estruturado de refeições, que lhes exigia pesar, medir, assar e grelhar. Aqui entra Shalla Powell, uma velha amiga de família. Ele foi contratada como ?personal chef?. A US$ 30 por hora, Shalla prepara as três refeições do dia conforme determina a dieta South Beach, um regime com baixo teor de gordura e carboidratos. As mudanças ocorreram rapidamente, especialmente para Rod, que perdeu mais de seis quilos em duas semanas. Debbie emagreceu um pouco menos de um quilo, mas notou um aumento em seu nível de energia. ?Você se sente melhor quando come melhor?, diz. Um número crescente de profissionais da culinária está abandonando as cozinhas de restaurantes e hotéis e atendendo o apelo das famílias americanas bem de vida, normalmente muito ocupadas com o emprego do casal, por comida saudável. Entre 9.000 e 10.000 personal chefs estão trabalhando nos Estados Unidos desde abril do ano passado, comparados a 6.000 em 2001. O chef típico faz as compras e prepara refeições suficientes para duas semanas a um mês na casa do cliente. A comida é estocada em freezer e esquentada de acordo com as instruções. Bob Stock, um físico do the Massachusetts Institute of Technology (MIT), acha que ter seu próprio chef faz sentido porque lhe custa tanto quanto comer fora regularmente. Ele paga cerca de US$ 3.600 por ano por um plano que oferece cinco jantares por semana, o que significa uma média de US$ 14,30 por cada um. A média nacional por um típico plano desses sai, grosseiramente, por US$ 75 por pessoa cada semana, diz Candy Wallace, fundadora e diretora-executiva da American Personal Chef Association. Chefs que, antes, atendiam principalmente atletas profissionais e pessoas com necessidade de dietas especiais, encontram agora um mercado em expansão. ?A massa de nossos clientes é formada por pessoas ocupadas que querem comer coisas saudáveis?, diz Candy. ?Temos basicamente gente que nos diz ?não tenho tempo de tomar conta de mim?.? Sob o stress de preparar comida em restaurantes e hotéis lotados, os chefs não são diferentes de outros profissionais muito ocupados e muitos querem a chance de serem seus próprios chefes. ?Quem tem um espírito empresarial... tem um pouco mais de sucesso nesse sentido?, diz Wendy Higgins, assistente do diretor de serviços profissionais do Culinary Institute of America. Segundo Candy Wallace, em média um personal chef ganha entre US$ 60.000 e US$ 75.000 por ano. Para Dane Mechlin, proprietário do Dane and Nadine´s, um serviço de personal chef do Vale do Silício, na Califórnia, há ganhos pessoais e financeiros. ?Estou ganhando mais dinheiro, trabalhando menos horas e tendo mais férias?, assegura. Antes de fazer a opção por tornar-se um personal chef, há cerca de cinco anos, Mechlin passou 15 anos trabalhando em restaurantes, hotéis e iates particulares. O que significava pouco tempo precioso com sua então namorada. ?Ou teria de fazer alguma coisa?, reconhece, ?ou nunca mais veria minha namorada.? Ele mudou-se para Santa Clara, em meio ao boom das empresas ponto.com, construiu uma lista de clientes que incluia altos executivos das empresas de tecnologia. E começou a oferecer um serviço mais barato para famílias de classe média. Quando a economia fraquejou e seus clientes ricos desapareceram, as famílias com duas rendas mantiveram seu negócio à tona. Enquanto seus serviços eram um luxo para clientes bem posicionados, sua comida era uma necessidade para pais que trabalham fora. ?Aqui, pensei estar tratando com clientes imunes a problemas financeiros?, diz Mechlin, ?mas foram os clientes que realmente precisavam de mim que me mantiveram através desses tempos.? O serviço cresceu rapidamente nas duas costas dos Estados Unidos, afirma Candy, mas tem tido uma resposta mais fraca no Meio-Oeste, onde a ligação à estrutura familiar tradicional é mais forte. ?Mamãe cozinha e é assim que as coisas continuarão?, brinca Shalla Powell. Os Baslers são atualmente os únicos clientes de Shalla, mas ela pretende crescer sobre essa base. ?É difícil nesta parte do país?, diz. ?Mas acho que as coisas estão mudando.? Debbie Basler nota o olhar intrigado no rosto dos amigos, quando conta que tem uma personal chef. ?Não é realmente muito diferente de ter uma arrumadeira?, acredita. ?Ela aumentou minha qualidade de vida.?

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