Sob a alegação de que a Conclat seria usada como palanque para fazer campanha em favor da pré-candidata do governo, militantes do PPS e do DEM na União Geral dos Trabalhadores (UGT), presidida por Ricardo Patah, articularam e conseguiram evitar que a central participasse do evento. Para desespero da direção da UGT, a corrente que apoia a candidatura do tucano José Serra saiu vitoriosa de uma plenária que decidiu pela não participação da central na conferência. Foi a única baixa entre as seis centrais reconhecidas pelo Ministério do Trabalho. Mas as divisões começaram com a posição da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que insistia na ida do presidente Lula e de Dilma Rousseff ao evento. A CUT trabalhou por isso até o fim, mas as divergências entra as centrais acabaram por minar a articulação do presidente da entidade, Arthur Henrique. “Nem na Força Sindical havia unidade para trazer a Dilma”, disse o presidente da central, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. “A CUT recuou dessa posição e conseguimos fazer um evento puramente sindical”. Para Artur Henrique, da CUT, o fato de a UGT ter ficado de fora não significa que houve racha no movimento sindical. “Somos cinco centrais que reunidas representamos 95% dos trabalhadores associados. A UGT representa só 5%”. O presidente da CUT também afirmou que a unanimidade do movimento sindical não quer o retrocesso, referindo-se à volta do PSDB ao governo federal. “Agora, quem vai ser apoiado pelas centrais, cada uma tem autonomia e vai discutir nas suas instâncias”. Sobrou até para o prefeito Gilberto Kassab (DEM), aliado político de Serra. Sindicalistas se queixaram de que o prefeito havia prometido não cobrar nada pelo uso do Pacaembu, mas no final tiveram de pagar R$ 130 mil.