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UDR diz que invasões no Pontal são políticas

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, disse neste domingo que a retomada das invasões no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado, levou em conta o calendário eleitoral. "São invasões políticas, programadas pelos amigos do presidente Lula na tentativa de atingir o governador Geraldo Alckmin, possível candidato a presidente." Como "amigos" do presidente, ele se referiu ao Movimento dos Sem-Terra (MST) que, no sábado, liderou a invasão de 8 fazendas na região. "O próprio presidente referiu-se a eles como seus companheiros." Ele teme que, por ser ano eleitoral, haja um recrudescimento das invasões no campo. Para Nabhan, o que motiva esse tipo de ação é a certeza da impunidade. "A justiça local manda despejar e até prende, mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) sempre decide a favor de quem invade." Ele acusou o governo Lula de ter "virado as costas" para o produtor rural. "Nós, que levamos o arroz, o feijão e a carne para a mesa do brasileiro, estamos abandonados e pagando para trabalhar. Já o invasor do MST fica com a rédea solta, pois temos um governo omisso." Segundo Nabhan as fazendas invadidas são todas produtivas. Advogados da UDR irão oferecer nesta segunda-feira assessoria aos proprietários para que entrem na justiça com pedidos de reintegração de posse. Estão invadidas as fazendas São Francisco, Platzeck, Inhancá Velha e Bonanza, no município de Mirante do Paranapanema, Figueira e São Camilo, em Presidente Venceslau, Boa Vista, em Santo Anastácio, e Santa Luzia, em Teodoro Sampaio. Na São Domingos, os sem-terra teriam depredado instalações, segundo a Polícia Civil. Já na Figueira, também conhecida como Nossa Senhora das Graças, o antigo proprietário Luiz de Barros Coelho Júnior havia montado uma barricada com sacos de areia para defendê-la dos sem-terra. Ele acabou desistindo e devolvendo a propriedade ao pai. O coordenador regional do MST, Wesley Mauch, disse que ações visavam a cobrar do governador Geraldo Alckmin a promessa de assentar 1.400 famílias na região. Segundo ele, o governo federal já repassou R$ 12 milhões para assentamentos. "O Governo do Estado precisa gastar esse valor para receber outros R$ 28 milhões já destinados." Mauch negou depredação na São Domingos.

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