Tumulto com PM marca ato de mulheres em Pernambuco

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um tumulto com empurrões e xingamentos, entre trabalhadoras rurais e policiais militares defronte ao Palácio do Campo das Princesas, no Recife, marcou ato organizado pelas mulheres do Movimento dos Sem-Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) na comemoração do Dia Internacional da Mulher. O conflito começou quando as mulheres tentaram furar o bloqueio delimitado por cavaletes e guardado por policiais armados com cassetetes e escudos. Houve empurra-empurra, insultos e as mulheres jogaram água nos militares. Os ânimos já estavam exaltados porque as trabalhadoras não admitiam a presença da polícia. "Não somos ladras para sermos recebidas pela polícia", era uma das frases repetidas pelas manifestantes. O tumulto durou cerca de cinco minutos. Em seguida uma comissão das trabalhadoras foi recebida pelo governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que pediu desculpas pelo incidente, prometeu a apuração com rigor e garantiu que o fato não se repetiria. Ele recebeu uma pauta de reivindicações relativas à reforma agrária, assistência médica e documentação, que será discutida com as trabalhadoras rurais em reunião com um representante do governo. As mulheres - em número de 200 - chegaram ao Palácio depois de uma caminhada de cerca de 10 quilômetros que saiu de um acampamento do MST no bairro do Bongí. Cem policiais militares guardavam o palácio. Em Olinda, as mulheres também foram às ruas, de caras pintadas e pedindo paz. Na caminhada, organizada por entidades de defesa dos direitos femininos, elas denunciaram a violência contra a mulher, lembrando que a cada quatro minutos uma mulher é vítima de agressão no País.

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