Tuma quer acareação entre Lyra e Uchôa no caso Renan

Corregedor diz que não terá dúvidas em confrontar ex-sócio e primo do senador, este último 'peça importante'

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Por Redação
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 Enquanto o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), tentava fazer contato, em Maceió, com Tito Uchôa, primo e apontado como preposto do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na compra de um grupo de comunicação em Alagoas, ele chegava ao gabinete de Tuma, se oferecendo para depor no Conselho de Ética. Veja Também:Ouça a entrevista com Romeu Tuma  Empresário confirma participação de Renan em negociações Extrato não prova origem da pensão no caso Renan Cronologia do caso Renan   Denúncias contra Renan abrem três frentes de investigação  Veja especial sobre o caso Renan Leia íntegra das cartas com troca de acusações de Renan e Lyra "Uchôa é uma peça importante para confirmar ou desmentir todos os depoimentos", afirmou Tuma, ao telefone, propondo que seja realizada uma acareação entre o empresário João Lyra e Tito Uchôa. "Não terei dúvida em fazê-la", comentou. Tuma disse em entrevista ao estadao.com.br que não leu a carta, mas foi informado sobre o conteúdo por seu gabinete. Através da Polícia Federal de Maceió, ele procurou o primo do senador Renan mas foi informado de que ele não estava na capital alagoana. "Ele se colocou à disposição para depor, mas quer fazê-lo no Conselho de Ética. Ele pede também uma acareação, mas isso decorre de conflito de depoimentos, quando há contradições. Primeiro, é preciso depor. Se ele desmentir o Lyra, aí sim pode haver a acareação". João Lyra confirmou, em entrevista à revista Veja, que tinha uma sociedade com Renan Calheiros para a compra de duas emissoras de rádio e um jornal. Para Tuma, o depoimento de Uchôa trará benefícios ao senador Renan já que pode ajudar a desmentir acusações de Lyra. "O depoimento do Uchôa é peça fundamental por que ele pode negar o Lyra, que fez todos os negócios em nome do senador". Depoimentos Na última quinta-feira, Tuma esteve com Lyra em Maceió e, nesta sexta, com o empresário Luis Carlos Barreto, sócio de Nazário Pimentel, dono do jornal. Mas, o senador não conseguiu nas conversas mantidas com os alagoanos documentos que comprovem a participação de Renan no negócio. "É só verbal. Ele ( o empresário Barreto) não tem documento. Ele tem cópia de uma carta mas não tem assinatura do primeiro contrato de Nazário com Renan", afirmou Tuma. O empresário Barreto explicou sobre o andamento do negócio e contou que Nazário propôs a Renan Calheiros uma parceria, pois a empresa apresentava dificuldades financeiras, sobretudo por conta dos encargos fiscais. "Depois disso, passados dois meses, o senador chamou Nazário e disse que havia um grupo interessado na aquisição do grupo de comunicação e então fizeram uma reunião para estabelecer os preços. Mas ele não participou dessa reunião", contou Tuma, depois da conversa com Barreto. O corregedor do Senado informou que o preço do negócio foi de aproximadamente de R$ 700 mil e mais todos os encargos fiscais. Indagado se o negócio poderia complicar a situação de Renan, Tuma respondeu: "Segundo os depoimentos, Renan teria intermediado os negócios com a força financeira de João Lyra e que teria um representante de cada lado. Do lado do senador seria Tito Uchôa e do lado de Lyra, Luis Carlos Barreto. Cada um representaria um dos dois grupos e João Lyra fazia os pagamentos, todos os recibos são assinados por Uchôa e recebidos pelo representante de Lyra" Novo depoimento e outra acareação O empresário Nazário Pimentel também será ouvido pelo corregedor do Senado, mas ainda não há data marcada. Segundo Tuma, "Nazário  fazia todos os pagamentos e recibos do Uchôa " e , por isso, seu depoimento é fundamental. "Ele está em Sergipe, o delegado vai tentar localizá-lo para marcarmos a conversa.Tem que fazer um depoimento dele e provavelmente uma nova acareação", disse Tuma. Perguntado sobre uma possível volta a Maceió para ouvir novamento Lyra, o corregedor disse que vai depender das investigações e da decisão do delegado federal. Tuma embarcou nesta tarde da cidade Alagoana para São Paulo, onde mora. (Colaborou Andréia Sadi, do estadao.com.br) Texto atualizado às 18h09

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