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Tucanos comemoram divergência dentro do PT

Por Christiane Samarco e
Atualização:

Enquanto a cúpula petista se vê pressionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na escolha do candidato ao governo paulista em 2010, o PSDB comemora os desencontros e torce para que a divisão interna no campo adversário se perpetue. Enquanto Lula se empenha em emplacar o nome do ex-ministro da Fazenda e deputado Antonio Palocci (PT-SP) para a vaga, conforme revelou anteontem o Estado, setores do PSDB investem na tese de que o nome do sucessor do governador José Serra (PSDB) está escolhido. Um dirigente tucano argumenta que o acerto foi fechado quando o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) virou secretário de Desenvolvimento de São Paulo. Ele afirma que Alckmin teria o apoio garantido de 80% do tucanato paulista, ainda que informalmente. E mais: os 20% restantes do partido, afirma, acabarão aderindo por gravidade, e sem alarde. Ainda assim, setores do PSDB ainda defendem que outro nome ocupe a vaga. Entre as alternativas colocadas dentro da sigla, está o chefe da Casa Civil e braço direito de Serra, Aloysio Nunes Ferreira Filho. Outros tucanos, como o deputado José Aníbal (PSDB-SP), também podem entrar na disputa. No PT, dirigentes se empenham para minimizar o favoritismo de Lula por Palocci e evitar a imagem de que a candidatura será decidida de cima para baixo. O presidente nacional da legenda, deputado Ricardo Berzoini (SP), por exemplo, aproveitou anteontem um seminário promovido por um grupo petista e ponderou: "Temos procurado sempre compor com a opinião do presidente, mas o problema agora não é de nomes". Apesar das manifestações da direção partidária, petistas admitem reservadamente que Lula é quem dará as cartas na definição do candidato no maior colégio eleitoral do País. Mais do que isso, avaliam que as manifestações do presidente servem também de sinal do seu empenho em conseguir a absolvição de Palocci no caso da quebra do sigilo do caseiro Francenildo dos Santos Costa, no Supremo Tribunal Federal (STF). ARTICULAÇÃO Lula está longe de ser o único a apoiar Palocci no Estado. Vários grupos do PT paulista já começaram a se articular em torno do ex-ministro da Fazenda, em busca de uma composição para encarar as urnas em 2010. Palocci já tem o apoio certo do time da ex-ministra Marta Suplicy, derrotada na última eleição municipal na capital paulista, e do ex-ministro José Dirceu. Ele é também a primeira opção do grupo de apoio do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), que, entretanto, mantém em sua lista de alternativas o nome do prefeito de Osasco, Emidio de Souza. Uma das motivações motivações da articulação conjunta desses grupos é barrar o avanço de outros nomes na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

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