Tucano usa tribuna da Câmara para se defender no caso do cartel

Deputado José Aníbal volta a chamar procurador-geral de ‘leviano’ por pedir que ele seja investigado em inquérito dos trens

Por Bernardo Caram
Atualização:

Brasília - O deputado federal José Aníbal (PSDB-SP) usou a tribuna da Câmara nesta sexta-feira, 25, para criticar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que no início do mês pediu ao Supremo Tribunal Federal que dê continuidade às investigações com relação a ele no caso do cartel no setor metroferroviário de São Paulo. O tucano deixou recentemente o cargo de secretário de Energia de São Paulo para reassumir o mandato de deputado federal. Ele voltou a dizer que Janot foi leviano e cometeu erros graves no pedido de investigação.No dia 1º, o procurador-geral enviou um ofício ao ministro do STF Marco Aurélio Mello no qual diz que o ex-diretor da Siemens Everton Reinheimer, delator do cartel, apontou, em depoimento, "indícios de envolvimento" de Aníbal. Reinheimer, conforme o ofício, relatou ter sido avisado que, com a saída de Rodrigo Garcia da presidência da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa, ele "deveria passar a tratar com o deputado José Aníbal, que passara a ser responsável pelos contatos políticos e pagamentos de propina".O nome de Aníbal surgiu nas denúncias no fim de 2013, quando um documento não assinado que o citava foi entregue pelo deputado estadual petista Simão Pedro (SP) ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e posteriormente repassado à Polícia Federal. Na época, o tucano disse que o documento era falso e havia sido adulterado para que seu nome fosse incluído.Em seu pronunciamento para um plenário vazio na manhã desta sexta, Aníbal chamou Cardozo de prevaricador, Simão Pedro de falsário e Reinheimer de bandido. "É um novo dossiê petista contra adversários políticos para difamar, jogar lama e tentar destruir a reputação de oposicionistas", disse. "O procurador-geral Janot cometeu um ato leviano a meu ver, mas que ele pode se recuperar plenamente disso aí e reconsiderar o fato. Ele tem o dever, a obrigação moral de fazer isso."Aníbal disse ainda que não tem nenhum problema em participar de acareações e depoimentos sobre o caso e ressaltou que estará à disposição de uma eventual CPI sobre o cartel de trens proposta pelo PT.

 

 

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