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Tucano queria admitir mulher de Agaciel

Cobrado pelo PSDB, senador Papaléo Paes desistiu da contratação

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Por Leandro Colon e BRASÍLIA
Atualização:

Aliado de José Sarney (PMDB-AP), o senador tucano Papaléo Paes (PSDB-AP) anunciou ontem pela manhã que contrataria Sânzia Maia, mulher do ex-diretor Agaciel Maia, para trabalhar em seu gabinete. "É um gesto humanitário", afirmou. Logo depois, cobrado pelo comando do PSDB, recuou. Apresentou a versão de que Sânzia pediu para ele desistir. "Ela me telefonou e disse que não gostaria de causar constrangimento. Mas prometeu rezar por mim", afirmou Papaléo.Caso fosse contratada pelo tucano, Sânzia - funcionária de carreira lotada na gráfica - se juntaria a aliados e amigos de Papaléo lotados como funcionários de confiança em seu gabinete. O senador emprega, desde 2003, seu primeiro suplente, Sebastião Cristovam Fortes Magalhães, e a irmã dele, Maria Verônica Fortes Magalhães. "Não há nepotismo, porque ela não é subordinada ao irmão", disse Papaléo.A mulher do segundo suplente do senador também tem emprego no Senado. É Fabíola Porpino Serrano, casada com Uilton Tavares, ex-secretário de Saúde do Amapá. Ela trabalha desde 2003 no gabinete de Papaléo. Em 2007, Uilton foi preso pela Polícia Federal na Operação Antídoto, que investigou milionárias fraudes na compra e distribuição de medicamentos no Estado. A prisão temporária de Fabíola chegou a ser decretada pela Justiça, mas ela conseguiu, na época, evitá-la porque estava internada. Ela e o marido foram indiciados pela PF por formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção passiva.Procurados no escritório político do senador em Brasília, eles não foram localizados no lugar de trabalho.Beneficiada por atos secretos, inclusive com reajustes salariais, Sânzia Maia está lotada na gráfica do Senado desde que perdeu a diretoria de estágios em meio à crise que tomou conta da Casa. Segundo Papaléo, ela gostaria de ser transferida para um gabinete. Por isso, o senador diz ter se oferecido para abrigá-la. O tucano é um defensor ferrenho de Agaciel Maia, exonerado da direção-geral em março e alvo de processo administrativo por causa das centenas de atos secretos editados em sua gestão.Papaléo, aliás, foi um dos convidados presentes ao luxuoso casamento da filha de Agaciel no dia 10 de junho, em Brasília. "Agaciel ganhou minha simpatia na primeira vez que eu o vi, ele me tratou excelentemente bem. Ele pode estar errado no caso dos atos secretos, mas vou esperar o julgamento", disse.

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