TSE discutirá medidas para garantir eleições no Rio

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Por Redação
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O poder público tomará medidas contra a ingerência do tráfico de drogas e de milícias no processo eleitoral do Rio de Janeiro, assegurou nesta segunda-feira o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto. Britto e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro, Roberto Wider, terão uma reunirão na quarta-feira, em Brasília, quando discutirão um plano de ação. A força-tarefa poderá incluir o governo fluminense e os ministérios da Defesa e da Justiça. "Na quarta-feira o presidente do TRE do Rio fará um levantamento completo do que houve na favela do Complexo do Alemão e vai sugerir providências eficazes, que serão tomadas", declarou Ayres Britto a jornalistas depois de discutir o assunto com o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS-PE). No último sábado, repórteres e fotógrafos dos jornais O Globo, Jornal do Brasil e O Dia, que acompanhavam o candidato a prefeito Marcelo Crivella (PRB), na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio, foram ameaçados por homens armados com fuzis e obrigados a apagar fotos feitas no local. Há também denúncias de que o tráfico e a milícia estariam financiando políticos e impedindo candidatos não alinhados a eles de subir o morro para fazer campanha. Para Ayres Britto, impedimentos ao trabalho da imprensa e ao voto livre ferem a Constituição e a democracia. O presidente do TSE disse ainda considerar um assunto de "gravidade máxima" a tentativa do crime organizado de se fazer representar em instituições públicas. Revelou que a Justiça Eleitoral discutirá a possibilidade de impugnar candidatos que forem apoiados pelo tráfico de drogas ou por milícias. O ministro evitou antecipar sua posição sobre o tema, o qual será alvo de julgamento. Nesta segunda-feira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que a Força Nacional de Segurança Pública pode ser acionada se houver um pedido formal da Justiça Eleitoral ou do governo do Rio. "É preciso uma intervenção", afirmou Jungmann após conversar com Ayres Britto. (Reportagem de Fernando Exman)

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