Triste, Suplicy diz que Lula não entende o renda mínima

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Por Agencia Estado
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O senador Eduardo Suplicy (SP) ficou com a voz embargada neste sábado em seu primeiro discurso no 12º Encontro Nacional do PT, ao dizer que seu projeto de garantia de renda mínima ainda não é bem entendido por Luiz Inácio Lula da Silva nem pelo partido."Ah, como eu desejo explicar isso melhor a vocês e ao Lula, porque ele ainda não compreendeu e nem todos no partido compreendem essas coisas", disse Suplicy. Lula não estava na platéia, composta por 900 petistas. Tinha viajado para Afogados da Ingazeira, no sertão de Pernambuco, onde foi conhecer um projeto de irrigação. Suplicy falou por 20 minutos, o dobro do tempo previsto. Disse que apresentou ao Senado uma nova proposta, que, se aprovada, vai permitir a todos os cidadãos, ricos ou pobres, uma complementação de renda a partir de 2005. "Sei que vão dizer: mas o Suplicy está louco? Está querendo dar dinheiro ao Antônio Ermírio de Moraes, ao Lula e a ele próprio?", perguntou. Logo em seguida, ele respondeu. "É preciso que se compreenda que os ricos vão receber, mas eles também vão pagar por isso e, desta forma, não haverá o estigma de que se trata de uma esmola para pobre." Aplaudido, Suplicy aproveitou para vender o seu peixe e o de seu filho Supla, que neste domingo disputa a final na "Casa dos Artistas". "Vou transmitir a vocês uma coisa que aprendi com meu filho: ele entrou no programa para vender seu CD, "Charada Brasileira", e quero informar aqui que vou lançar meu livro "A Saída é pela Porta - Em Direção a uma Renda de Cidadania" no Fórum Social Mundial, em janeiro", disse. Não contente com a propaganda, emendou: "Quem quiser que eu vá vender em sua cidade, é só me chamar." Sem saber, Suplicy tem um gosto em comum com Lula: o senador citou em seu discurso a música "Triste Partida", do pernambucano Luiz Gonzaga, que se refere ao trabalho do nordestino como o de um escravo. O presidente de honra do PT adora a canção. "Foi um erro eu não ter colocado "Triste Partida" na minha campanha de 1989", afirmou Lula em um programa de rádio.

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