Tribunal suspende andamento do processo do mensalão mineiro

Decisão do TJ-MG foi a pedido da defesa do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, réu na ação

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Por Leonardo Augusto
Atualização:

BELO HORIZONTE - A Justiça de Minas Gerais determinou a suspensão do andamento do processo conhecido como mensalão mineiro no Tribunal de Justiça do Estado. A decisão foi a pedido da defesa do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, réu na ação. 

O empresário Marcos Valério Foto: Celso Júnior/AE

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A justificativa foi que, para que o processo continuasse, seria necessário esperar decisão sobre pedido de delação premiada feito por Valério ao Ministério Público de Minas no processo sobre esquema de financiamento ilegal da campanha à reeleição do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998. Por envolver políticos com foro privilegiado, o pedido de delação precisa ser aceito também pela Procuradoria-Geral da República, o que não tem data para ocorrer.

Segundo o advogado de Valério, Jean Robert Kobayashi Júnior, existe a possibilidade de que, caso a procuradoria-geral concorde com a delação, novos depoimentos precisarão ser tomados no processo do mensalão. A suspensão do processo ocorreu em 1.º de julho, mas a decisão só agora apareceu no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). Valério já cumpre pena de 37 anos de prisão por envolvimento no mensalão nacional. O empresário está atualmente na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Entre os já condenados no mensalão mineiro está o ex-governador Eduardo Azeredo. A pena dele é de 20 anos e 10 meses de prisão por peculato e lavagem de dinheiro. O tucano, porém, recorre em liberdade. No esquema, recursos de estatais mineiras eram desviados por intermédio de empresas de publicidade de Marcos Valério. Pelo menos R$ 3,5 milhões saíram dos cofres públicos dessa forma e, segundo as investigações, abasteceram caixa 2 da campanha tucana pela reeleição ao Palácio da Liberdade em 1998. Na disputa, Azeredo foi derrotado por Itamar Franco, à época no PMDB. 

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