Tribunal do Rio critica relatório sobre Cidade da Música

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

O presidente do Tribunal de Contas do Município (TCM), Thiers Montebello, criticou o relatório da auditoria feito pela prefeitura do Rio de Janeiro, que apontou indícios de irregularidades nas obras da Cidade da Música. Montebello disse que o TCM fez 37 vistorias no local - em que foram verificadas "distorções na execução do projeto" -, mas nada do material produzido pelos técnicos do tribunal foi aproveitado pelos auditores da prefeitura. De acordo com Montebello, não é possível estimar quanto ainda é necessário gastar para concluir a obra. O relatório preliminar divulgado pela prefeitura calcula que serão gastos R$ 150 milhões. O TCM também vai apurar as paralisações nas obras, tanto durante a administração Cesar Maia (DEM), no período anterior aos jogos Pan Americanos, quanto na gestão de Eduardo Paes (PMDB). "Há um custo para mobilizar e desmobilizar um canteiro de obras. É preciso parar a obra para fazer uma auditoria?", indagou Montebello. "Nenhum prefeito, seja ele qual for, pode interromper uma obra sem um motivo relevante, por um capricho. E isso tudo será averiguado e os responsáveis podem ser penalizados pela paralisação das obras", disse.Montebello chamou atenção para o trecho em que os auditores dizem que fizeram "avaliação absolutamente preliminar, inclusive diante da precariedade das informações e inexistência dos projetos executivos", mas ainda assim estimam que a conclusão da obra custará R$ 150 milhões. "Eles podem se dar ao luxo dessa falta de preciosismo. O tribunal não pode", afirmou. De acordo com o TCM, dos R$ 518,6 milhões empenhados durante a gestão Cesar Maia, R$ 431,5 milhões foram pagos. O ex-prefeito deixou em caixa R$ 86 milhões para o restante dos pagamentos, que foram suspensos por Eduardo Paes até o fim da auditoria. O atual prefeito disse que não retomará as obras antes do fim da auditoria. "As obras só voltam depois da auditoria. Não vou mais enterrar o dinheiro do povo em obra faraônica, megalomaníaca, quando o povo precisa de saúde, precisa de obra, precisa de conservação da cidade".

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