BRASÍLIA - Após prestar depoimentos, três dos quatro policiais legislativos presos na Operação Métis foram liberados neste sábado, 22. Eles haviam sido presos na sexta-feira por atrapalhar as buscas contra senadores investigados na Lava Jato.
O chefe da Polícia do Senado continua sob custódia porque ainda não colaborou o suficiente com os investigadores da forma como fizeram os outros presos, de acordo com as informações de um porta-voz da Polícia Federal à AFP.
Os policiais legislativos são suspeitos de formar um "grupo liderado pelo diretor da Polícia do Senado (que) tinha o objetivo de atrapalhar as investigações da Polícia Federal sobre senadores e ex-senadores, usando serviços de contrainteligência", indicou a PF em um comunicado logo após prender os agentes na sexta-feira. O objetivo seria blindar políticos investigados na Lava Jato.
O texto da Polícia Federal ainda acrescentou que Pedro Carvalho, chefe da Polícia do Senado, que é a entidade encarregada de manter a ordem e a segurança dentro do prédio do Congresso, "ordenou a prática de atos de intimidação à Polícia Federal quando cumpria um mandato da corte suprema de Justiça na residência oficial de um senador".
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o caso se baseia na declaração de um policial legislativo revelando a existência de uma série de tarefas de "contrainteligência" nas residências e gabinetes de três senadores e um ex-deputado ligados à Lava Jato.
"Em quatro ocasiões, funcionários públicos usaram equipes do Senado em residências particulares (...) para atividades de contraintaligência: localizar e destruir sistemas de escuta telefônica e ambiental", acrescentou o MPF.
O Senado divulgou uma nota após as prisões assinalando que "atividades como a limpeza de escutas ambientais se restringem a detectar grampos ilegais" e que a polícia legislativa atua dentro dos limites estabelecidos na Constituição.