Trechos da reunião decisiva

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Por Redação
Atualização:

"Disse perante homens do Congresso que era mais fácil para mim adotar medidas de prepotência e de força do que manter a continuidade do regime dentro da Constituição (...).Porque eu não creio que a área política tenha merecido de qualquer governo, de qualquer chefe de Estado, as considerações que eu tenho prestado a essa raça." Artur da Costa e Silva, presidente da República Ouça a íntegra da gravação "Da leitura que fiz do ato institucional cheguei à sincera conclusão de que o que menos se faz nele é resguardar a Constituição que no artigo primeiro se declara preservar (...) Porque da Constituição, que antes de tudo é o instrumento de garantir os direitos da pessoa humana, de garantir os direitos políticos, não sobra nos artigos posteriores absolutamente nada que possa ser apreciável como sendo uma caracterização do regime democrático (...) Com o ato institucional estamos (...) instituindo um processo equivalente a uma ditadura." Pedro Aleixo, vice-presidente da República "Acabamos de ouvir a palavra abalizada do vice-presidente. Eu discordo absolutamente dela. Estamos numa situação de fato. Nós não temos de debater juridicamente, ou legalmente, ou constitucionalmente, a questão (...) O que se tem de fazer é uma repressão, acabar com estas situações que podem levar o País não a uma crise, mas a um caos de que não sairemos." Augusto Rademaker, ministro da Marinha "Ouvi com grande e merecido respeito os conceitos de jurista (...) do dr. Pedro Aleixo. Mas devo declarar que, se ele tivesse diretamente a responsabilidade de manter essa Nação em ordem, ele não se ateria tanto aos textos respeitabilíssimos do Direito e das leis." Aurélio Lyra Tavares, ministro do Exército "Creio que a revolução veio não apenas para restabelecer a moralidade administrativa neste país, mas para criar as condições que permitissem a modificação de estruturas, que facilitasse (sic) o desenvolvimento econômico (...) Creio que a revolução muito cedo meteu-se numa camisa-de-força que a impede de realizar esses objetivos (...) Estou plenamente de acordo com a proposição (...). Se V. Exa. me permitir, direi mesmo que ela não é suficiente, que deveríamos (...) deveríamos dar ao presidente da República a possibilidade de realizar certas mudanças constitucionais que são absolutamente necessárias para que este país possa realizar seu desenvolvimento com maior rapidez." Delfim Netto, ministro da Fazenda "Sr. presidente, sinto-me perfeitamente à vontade e, por que não dizer, com bastante satisfação em dar o meu aprovo. Demonstrei aos conselheiros, por fatos e por ações, que o que estava na rua era a contra-revolução. Acredito, sr. presidente, que, com sua formação democrática, foi V. Exa. tolerante por demais." Emílio Garrastazu Médici, chefe do SNI "Meu ponto de vista é de sobejo conhecido de V. Exa. Concordo inteiramente e corroboro as palavras do sr. chefe do SNI. Se não tomarmos neste momento essa medida que está sendo aventada, amanhã vamos apanhar na cara." Orlando Geisel, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas

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