PUBLICIDADE

Tráfico afunda Mangueira em crise, diz jornal

Reportagem do britânico 'The Guardian' destaca laços entre bandidos e escola de samba.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

Sob o título "Drogas, armas e passagem secreta: escola de samba em crise", o diário britânico The Guardian publica neste sábado uma reportagem sobre os supostos vínculos entre a Mangueira e o tráfico de drogas. A notícia destaca as relações entre o traficante Fernandinho Beira-Mar - que na tradução para o inglês ganhou o apelido Seaside Freddy - e do ex-presidente da Mangueira, Percival Pires, um dos convidados da festa de casamento do criminoso. O diário cita ainda notícias da imprensa brasileira sobre uma passagem secreta que teria sido descoberta na sede da tradicional escola de samba, ao pé do morro da Mangueira, que seria usada pelos traficantes locais. O Guardian ainda relata a polêmica detonada pela revelação de que um dos autores do samba-enredo da Mangueira para o Carnaval deste ano, Francisco Monteiro, o Tuchinha, seria procurado por tráfico de drogas, e que assinaria sambas sob o pseudônimo de Francisco do Pagode. Ramificações "A polícia alega que ele voltou à sua posição como líder da ramificação local do Comando Vermelho", afirma o jornal, que cita ainda versos de um samba do "compositor mais procurado do Rio" gravado por Alcione. No entanto, a notícia também salienta que a atual direção da Mangueira vem tentando se distanciar do tráfico. "Traficantes são um problema da polícia. A escola não tem nada a ver com isso", afirmou a presidente da escola, Eli Gonçalves, segundo o Guardian. O jornal londrino cita ainda episódios anteriores que supostamente reforçam o envolvimento da escola de samba com o tráfico. "Os escândalos (recentes) não são os primeiros a afetar o mundo do samba. Em 2004, a Mangueira ganhou as manchetes depois que Robson Roque, o seu presidente de 43 anos, foi assassinado, decapitado e queimado por traficantes locais." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.