
18 de julho de 2011 | 09h26
Tiririca é um deputado que não fala em público. Só distribui sorrisos e acenos pelos corredores da Câmara. Um colega de bancada atribui o excesso de discrição à orientação da cúpula do PR para manter Tiririca longe de polêmicas. A preocupação com a imagem do puxador de votos é tanta que até seu figurino, no início, passou pelo crivo das lideranças. O secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto (SP), mandou comprar os ternos e gravatas de Tiririca.
Mas a discrição como deputado não o poupou de polêmicas. Logo no segundo mês de mandato, ele virou notícia ao repetir vícios condenados no Parlamento. Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que Tiririca contratou dois humoristas para auxiliá-lo em São Paulo, onde nem sequer mantém escritório político. O jornal mostrou ainda que Tiririca usou dinheiro público para se hospedar num resort em Fortaleza (CE). O deputado devolveu o dinheiro da hospedagem, mas manteve os funcionários em seu gabinete.
Causa espécie, no entanto, que o parlamentar mais votado do País não abra a boca em plenário. Quase seis meses depois da posse, o deputado e artista não subiu à tribuna para o primeiro discurso. O líder do PR, Lincoln Portela (MG), minimiza o mutismo do colega lembrando que há outros deputados na mesma situação. Na hora de elogiá-lo, Portela não consegue fugir da faceta de artista. "Ele é muito respeitoso, discreto e elegante com todos. Tira foto com todo mundo, não esnoba nem discrimina ninguém."
Reservado no Congresso, Tiririca tira a fantasia de parlamentar nas partidas de futebol promovidas por deputados em clubes da capital. "No jogo ele se solta. Quando faz gol, ele canta Florentina", diz o deputado Izalci (PR-DF). Florentina é a música que lançou o humorista ao estrelato em 1996. Se perde um gol, os colegas do time devolvem: "Abestado!". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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