Tinha cópia dos dados em casa, diz braço direito de Protógenes

Escrivão que participou da Satiagraha diz à CPI que tinha cópia dos arquivos da Satiagraha e alega ser normal

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Por Ana Paula Scinocca
Atualização:

Considerado braço direito do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha, o escrivão Walter Guerra confirmou nesta quarta-feira, 1º, à CPI dos Grampos, na Câmara, que tinha em seu poder, armazenado em sua casa, o backup com os arquivos completos da operação, o que, segundo ele, é "normal". "O escrivão sempre tem os backups em casa. É normal. Eu tinha todo o material que foi coletado em São Paulo. Backups são procedimentos da área de inteligência para subsidiar dados futuros. É uma necessidade", afirmou.

 

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Valendo-se do habeas corpus concedido a ele, e também a Protógenes pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e que lhe permitia permanecer calado na CPI, Guerra se recusou a responder diversas perguntas, sobretudo às relacionadas com a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Satiagraha. E assegurou que não era "segundo homem" da operação que resultou na prisão temporária do banqueiro Daniel Dantas.

 

Guerra disse que na Satiagraha tinha como função analisar e controlar as interceptações telefônicas. Todas, segundo ele, foram feitas pelo sistema guardião e com autorização judicial. O escrivão, também indiciado pela PF, afirmou entre os investigados não haviam pessoas com foro privilegiado, como ministros de Estado e chefe de outros poderes. "A ministra Dilma (Rousseff, da Casa Civil) não foi alvo da investigação", disse ele.

 

Segundo Guerra, nenhuma ordem "ilegal" lhe foi dada pelos superiores ao longo da operação. O escrivão disse acreditar estar sendo vítima de perseguição política. Daí, de acordo com ele, a razão de ter sido indiciado no inquérito que apura o vazamento da Satiagraha e conduzido pelo delegado Amaro Vieira.

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