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Termina rebelião de presos em Marabá

Por Agencia Estado
Atualização:

Terminou há pouco a rebelião de cerca de 90 presos do Centro de Recuperação de Marabá (CRM), no sul do Pará. Eles mantinham como refém desde a madrugada de sábado o agente prisional Antonio Silva Costa, que foi liberado. No local funciona uma delegacia da Polícia Civil onde cabe pouco mais de 50 presos. Os rebelados exigiam revisão e celeridade de seus processos, melhor atendimento médico, mudança de horário do banho de sol e da visita de seus familiares, que passaria de sábado para domingo. Os presos pediram a presença de juiz e promotor para libertar o refém. Nenhuma dessas autoridades foi encontrada na cidade, o que os deixou revoltados. Alguns ameaçaram incendiar as instalações do prédio. Em Marabá há cinco juízes e quatro promotores, mas todos estavam foram do município. A Polícia Militar cercou o prédio com 40 homens armados e chegou a avisar que se Costa não fosse imediatamente solto o local seria invadido. O agente pediu "pelo amor de Deus" que os militares não fizessem aquilo pois sua vida corria perigo. O comando da PM ordenou que os policiais desistissem da idéia. Por volta das 11h da manhã de ontem, os presos negociaram com o corregedor-geral do Sistema Penal, Paulo Avelar, e com a diretora da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Janaína Cunha, o atendimento de suas reivindicações para soltar Costa. O superintendente da Penitenciária de Segurança Máxima de Marabá, capitão Antonio Ferraz, também participou da negociação, concordando em transferir alguns presos das superlotadas instalações da delegacia. Eles estudavam a proposta, mas adiantaram que só poderiam dar uma resposta depois que a situação de cada um deles fosse analisada pelo juiz Sérgio Lima, diretor do Fórum. De acordo com representantes da comissão de presos, a situação de alguns é dramática dentro da cadeia. Pelo menos 15 deles nunca foram ouvidos em depoimento na Justiça ou sequer estiveram diante de um promotor. Um deles disse que há 16 meses estava na cadeia sem "culpa formada".

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