Termina a greve da Polícia Federal

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os agentes, peritos e escrivães da Polícia Federal terminaram hoje à noite, oficialmente, a greve iniciada há 60 dias, na qual reivindicavam salário de nível superior. Agora, a negociação com o governo em torno das reivindicações da categoria será intermediada por senadores e deputados. Até a noite de ontem, 16 dos 27 sindicatos de policiais federais haviam decidido encerrar a paralisação definitivamente. Na semana passada, os policiais concordaram em interromper o movimento por três dias. "Nós decidimos deixar na mão dos parlamentares a negociação com o governo, mas isso não quer dizer que saímos derrotados", afirmou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Francisco Carlos Garisto. Segundo Garisto, algumas atitudes tomadas durante a paralisação jogaram a opinião pública contra os grevistas. "Volto a repetir: a operação-padrão foi um tiro no pé", disse, referindo-se ao rigor adotado pelos policiais na fiscalização aos passageiros nos aeroportos, uma prática que normalmente não é adotada no Brasil. "Enquanto eu for presidente da Federação, não usaremos mais essa tática", disse Garisto. Segundo ele, todos os policiais federais já haviam retornaram ao trabalho, e não há possibilidade de nova paralisação. Ele admitiu que não houve avanço nas negociações com o governo e que tudo vai depender, agora, dos senadores da Comissão de Segurança e do presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que se ofereceram para intermediar um acordo com o governo. Segundo o Ministério da Justiça, se o Executivo fosse pagar o que os policiais reivindicam, a folha salarial da Polícia Federal subiria de R$ 150 milhões para R$ 650 milhões. Durante a fase de negociação, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, chegou a propor um reajuste salarial de 17%.

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