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Terceiro mandato não é meta do governo, diz Dilma

Ministra participou de almoço com mulheres na casa de Marta Suplicy

Foto do author Fausto Macedo
Por Fausto Macedo e Roberto Almeida
Atualização:

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, participou ontem de um almoço na casa da ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy. Na entrada do evento - somente para mulheres -, Dilma mandou um recado para os deputados que apoiaram a nova proposta de emenda constitucional (PEC) do terceiro mandato. "O que é que a gente pode fazer? Esperamos que num determinado momento entendam que não é isso que é o projeto do governo. O governo pode continuar sem ter terceiro mandato", disse a ministra. Segundo Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera a democracia brasileira "ainda frágil" e, por isso, nega a possibilidade de se manter no poder. Ele afirma que a tese de terceiro mandato está fora de cogitação. "Afinal de contas, temos 20 anos (de Constituição)", completou a ministra. "Daí porque ele defende que o mandato termine dia 31 de dezembro. Agora, nós não temos como impedir que as pessoas tomem iniciativas." Embora Dilma tenha reiterado ontem que não fala "nem amarrada" de sua candidatura à Presidência, ela disse estar disposta a enfrentar as urnas pela primeira vez. "De fato, nunca concorri a nenhum cargo eletivo. Eu acho que passar pelo crivo do eleitor é algo muito importante, nunca me neguei, não tive oportunidade. Não me nego a isso não, algo que qualquer pessoa que tem compromisso com a cidadania e com o Brasil tem de se submeter." Dilma disse achar "normal" que muitas das convidadas do almoço - apresentadoras de TV, jornalistas, filósofas e empresárias - digam que ela é candidata à sucessão de Lula. "É uma conversa com mulheres que têm projeto, perspectiva, capacidade de sonhar e pensar o Brasil", destacou. De acordo com a ministra, são "todas mulheres especiais" porque simbolizam "mulheres bem-sucedidas". "É um momento muito importante, muito significativo para mim. São pessoas que têm algo a dizer, é um encontro de diálogo." No entanto, ela apressou-se em dizer que o nome do PT para a Presidência ainda está em aberto. "Acho que ainda não tem um processo oficial de escolha de candidatos dentro do PT", avisou. Indagada se Marta teria lugar em um ministério, Dilma elogiou a anfitriã. "Acho que ela tem todas as qualidades", anotou. Ela chegou à casa de Marta Suplicy, no Jardim Europa, em São Paulo, às 12h30 - bem disposta, mesmo após ter enfrentado a terceira sessão de quimioterapia quinta-feira para tratamento de um câncer linfático. Entre as convidadas estavam as apresentadoras Ana Maria Braga, Adriane Galisteu, Luciana Gimenez e Maria Paula. Da academia, a psicanalista Eleonora Rosset, a filósofa Marilena Chauí e a dramaturga Marta Góes. À saída, às 17 horas, Dilma contou que as convidadas a questionaram sobre a candidatura. "Elas perguntaram, mas todas tiveram a mesma reação que vocês (jornalistas): riram bastante do ?nem amarrada?. Uma hora dessas vocês vão me vaiar. Mas não vale vaia, ainda, viu!" Este é o segundo evento oferecido pela ex-ministra a Dilma. Em fevereiro, ela organizou um jantar para a titular da Casa Civil com objetivo de dissipar especulações de que o PT paulista resistiria à pré-candidatura.

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