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Terça-feira é o Dia Internacional do Idoso

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Por Agencia Estado
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Academia ou clube de manhã, faculdade à tarde e, para terminar o dia, cinema com direito a jantar. No fim de semana, uma escapada para o interior ou o litoral. Parece rotina de gente jovem. É a vida de brasileiros como Lourdes, Reynaldo, Wanda, Vilma, José Agostinho e Esther. Eles chegaram à terceira idade e esbanjam disposição para comemorar nesta terça-feira o Dia Internacional dos Idosos. "Olho no espelho e me sinto feliz", diz Lourdes Aparecida Viana Guarita, de 76 anos. Professora e orientadora educacional aposentada, ela levanta cedo: às 4h30 já está de pé. Depois de fazer café fresco para ela e o marido, é hora dos exercícios de alongamento, praticados em casa. Vaidosa, Lourdes está sempre bem-arrumada. "É importante cuidar do corpo e da mente. E isso a gente consegue fazendo o bem e amando." A professora Lourdes reserva três tardes por semana para ir à academia fazer musculação. Sua disposição surpreende os jovens treinadores físicos. "Mesmo quando trabalhava 13 horas por dia reservava um tempo para a atividade física." "Não dá para se aposentar e ficar parado, porque a gente acaba envelhecendo rapidamente." A dica é de José Agostinho Valente, de 74 anos. Desde que se aposentou, ele presta serviços como corretor de seguros. "É para ocupar o tempo." Mas longe de se ocupar só com trabalho, Agostinho se cuida. Freqüenta academia, cinema, teatro, restaurantes e festas. "Ficar recolhido em casa sem fazer nada, nem pensar." Na academia, ele participa de uma equipe de futvôlei - os outros cinco jogadores também têm mais de 60 anos. Para quem entra na terceira idade, Agostinho recomenda: "Não parem de viver". Aos 74 anos, a psicóloga Esther Alves Martirani adotou o jornalismo como hobby. Ela faz universidade aberta da terceira idade na Universidade de São Paulo (USP). Além de ter voltado para a sala de aula, Esther participa do jornal Reproposta, feito do começo ao fim por maiores de 60. "Com os filhos crescidos, chega a hora de preencher o tempo com outras atividades." Na agenda de Esther, ainda há aulas de natação e hidroginástica. As aposentadas Vilma Walter de Freitas, de 73 anos, e Wanda Bezerra Grijó, de 75, também sabem aproveitar a vida depois dos 60. Casadas, com filhos e netos, as duas amigas não perdem um baile. E, se no fim de semana não há nenhum programado, elas improvisam: basta chamar a turma de amigos e colocar o aparelho de som para tocar. "Eu gosto de ritmos alegres, um sambão mesmo", diz Vilma. "Eu prefiro bolero ou fox", completa Wanda. Viagens? Vilma já esteve nos Estados Unidos e em vários países da Europa. Wanda tem paixão por cruzeiros. Por quatro vezes, já cruzou o Atlântico até a Europa. "De Santos a Barcelona, são 17 dias de viagem sem perder uma noite de baile." Desfrutar da vida é o passatempo do aposentado Reynaldo Zylberman, de 79 anos. "Estar livre de horários e de responsabilidades do trabalho é uma felicidade." Pelas manhãs, Reynaldo faz caminhadas no clube. "Depois, lá mesmo tomo um café, tudo sem pressa." Leitura e boa música orquestrada preenchem a tarde. "Leio tudo o que não lia antes por falta de tempo." No fim de semana, Reynaldo escolhe entre Guarujá ou Atibaia para escapar da cidade grande. E, uma ou duas vezes por ano, voa para a agitada Nova York, onde mora sua filha. "Aquele lugar vibra 24 horas por dia." O perfil dos idosos mudou na última década, segundo João Toniolo Neto, professor de geriatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Se antes eles queriam descansar depois da aposentadoria, agora querem agitar. "Não parar e diversificar as atividades é o caminho certo para quem entra na terceira idade", completa o geriatra Clineo de Mello Almada Filho, da Unifesp. Os especialistas são unânimes: importante é se sentir feliz.

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