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Tentativa de gerar confronto de popularidades é 'patética', diz Aécio

Ex-governador de MG criticou postura da coligação de Hélio Costa, que recorreu a Lula para fazer confronto com sua popularidade

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Por Redação
Atualização:

BELO HORIZONTE - O ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), criticou nesta quarta-feira, 1, a disposição da coligação em torno de Hélio Costa (PMDB) de recorrer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para confrontar sua popularidade na corrida estadual. Aécio chamou de "patética" a declaração de Patrus Ananias (PT), candidato a vice na chapa encabeçada por Costa, que sugeriu uma disputa entre as popularidades de Lula e do ex-governador no segundo colégio eleitoral do País. O ex-governador também apontou uma tentativa de despolitização da campanha no Estado.

 

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"Lamento que talvez o desespero ou o temor pelas últimas pesquisas eleitorais, leve uma liderança que todos por ela tínhamos respeito a querer transformar a eleição em Minas Gerais em um concurso de popularidade aos tempos de Marlene e Emilinha Borba", ironizou Aécio, em referência às populares cantoras da chamada era do rádio.

 

Após o crescimento das intenções de voto no governador Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição - que após o início do horário eleitoral, vinculado à imagem de Aécio, conseguiu reverter uma desvantagem de mais de 20 pontos porcentuais, chegando ao empate técnico com Costa, segundo a última pesquisa Ibope -, a aliança PMDB/PT procura nacionalizar a sucessão estadual, tentando colar em Anastasia a pecha de candidato anti-Lula e anti-Dilma Rousseff, com a confiança de que a presidenciável petista vencerá a disputa com José Serra (PSDB) no primeiro turno.

 

Visitas

 

A estratégia já foi deflagrada no programa eleitoral gratuito na TV. O presidente já se comprometeu a gravar novas inserções para a campanha de Costa e na noite de terça-feira (31) Patrus acertou em Brasília mais três visitas de Lula ao Estado até as eleições de 3 de outubro. No dia 8, o presidente visitará Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana. A coligação tenta ainda transferir de São Paulo para capital mineira o comício de encerramento da campanha de Dilma, no dia 28 deste mês.

A campanha de Costa tenta também pegar carona no crescimento das intenções de voto presidenciável petista no Estado e combater o chamado "Dilmasia" - o apoio simultâneo a Dilma e a Anastasia.

"Somos em Minas os representantes do governo Lula e da Dilma", reforçou Patrus, destacando que um governo estadual "afinado com o governo federal poderá avançar muito mais".

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Regime autoritário

 

Em Ribeirão das Neves, onde esteve pela manhã ao lado de Anastasia, Aécio disse que sua relação com Lula - "Temos uma visão política muito parecida" - impede que a estratégia de petistas e peemedebistas tenha sucesso junto ao eleitorado. "Estamos em campos opostos, sempre soubemos sentar, dialogar e construir parcerias. A nossa amizade ultrapassou eleições", afirmou o tucano, candidato ao Senado. "Não vamos retroceder a tempos tristes do regime autoritário, onde esse discurso era o discurso dos generais: 'temos que ter governantes alinhados com o governo federal'. Por isso eles impunham, indicavam os governantes."

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