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Temer vence eleição no PMDB com 62% dos votos

Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado Michel Temer (SP) é o novo presidente nacional do PMDB. Ele venceu o presidente nacional em exercício do partido, senador Maguito Vilela (GO), que só entrou na disputa para evitar uma derrota humilhante do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, mas surpreendeu os independentes e governistas da legenda, que contavam com uma vitória acachapante de Temer. Foram 411 votos pró Temer, contra 244 dados a Vilela, numa proporção de 62% contra 38% dos votos, respectivamente. Mas, como a proporcionalidade só vale para a composição do diretório nacional, o resultado produzirá uma segunda batalha desta vez, pelo controle da executiva nacional, que será eleita pelo novo diretório. Os partidários de Temer, que, na véspera, contabilizavam 76% dos votos dos convencionais, não estão dispostos a dividir o poder com os itamaristas, apoiados pelos grupos de Vilela e do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. "Eu defendo uma executiva puro sangue", resumiu o líder da legenda na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA). "Só presido o partido com o controle da executiva", emendou Temer, com a tranqüilidade de quem obteve 44% dos votos do diretório paulista, mas foi alijado da executiva estadual, composta, integralmente, por quercistas. Apesar das previsões de pancadaria entre partidários da candidatura Temer e os "itamaristas" aliados aos militantes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), que apoiavam Vilela, a convenção também surpreendeu, positivamente, os dois lados, pela civilidade. "Mas não foi por falta de provocação", afirmou o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, revelando que não foi fácil conter os correligionários, revoltados com o "golpe" aplicado por Vilela, na presidência do encontro. Derrotado na reunião da executiva nacional que decidiu incluir na pauta da convenção as eleições prévias para escolher o candidato da sigla a presidente da República em janeiro, Vilela fez uma manobra para "corrigir" a derrota na convenção: embutiu na cédula de votação a proposta do agrado de Itamar, de realizar as prévias em outubro, com o imediato desembarque do governo. O senador goiano anunciou a votação de uma moção propondo a antecipação das prévias e, mesmo sem a votar, considerou-a aprovada e modificou a cédula de votação. A troca pela nova cédula que estava pronta, incluindo as duas datas de prévias, foi feita com a votação em curso. Tanto que Temer, um dos primeiros a votar, foi brindado com a primeira cédula, constando apenas a proposta de prévias em 20 de janeiro. Os governistas e independentes que haviam definido a data de 20 de janeiro preferiram calar a tumultuar a convenção, impedindo que a votação prosseguisse com a nova cédula. "Queriam provocar-nos para que a gente partisse para a pancadaria, mas não caímos nesta", resumiu o líder da agremiação na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).

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