BRASÍLIA - O presidente Michel Temer sugeriu o nome do atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para o Supremo Tribunal Federal (STF) na vaga aberta após a aposentadoria do ex-ministro da Corte Joaquim Barbosa. A informação foi confirmada ao Broadcast Político por pelo menos três fontes que participaram das negociações na época.
Barbosa decidiu se aposentar do STF em julho de 2014. Com a aposentadoria, Temer, que, na época ainda era vice-presidente da República, sugeriu ao então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo - homem de confiança da então presidente Dilma Rousseff (PT) -, nomes de alguns juristas para a vaga, entre eles, o de Moraes.
O dirigente de um importante partido da base aliada de Temer disse ao Broadcast Político que chegou a se reunir com Cardozo juntamente com Alexandre de Moraes para pedir apoio à indicação. O então ministro da Justiça disse, porém, que Dilma procurava um perfil "mais progressista" para a vaga.
Em abril de 2015, oito meses após a aposentadoria de Barbosa, Dilma acabou indicando para o Supremo o advogado Luiz Edson Fachin. A essa altura, Alexandre de Moraes já tinha sido nomeado secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, cargo que ocupou de 1º de janeiro de 2015 a 12 de maio de 2016, quando assumiu o Ministério da Justiça.
Procurada, a assessoria de Michel Temer negou ao Broadcast Político que o presidente tenha indicado o nome de Moraes para o STF na vaga de Joaquim Barbosa. Segundo assessores, Temer apoiou a indicação de Fachin ao cargo.
O nome de Moraes voltou a ser cotado para o STF em substituição ao ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo nessa quinta-feira, 19. O substituto será indicado por Temer. Além de Moraes, são cotados a ministra-chefe da Advogada Geral da União, Gracie Mendonça, e o ex-procurador do Ministério Público de São Paulo, Luiz Antonio Marrey.
Em entrevista ao Broadcast Político mais cedo, o ministro do STF Marco Aurélio Mello defendeu o nome de Moraes como substituto de Teori. Na avaliação de Mello, o perfil ideal para a vaga é de alguém com "bagagem jurídica e experiência". "Temos, por exemplo, o ministro que está no Ministério da Justiça", sugeriu.