Temer reúne ministros para avaliar se revoga decreto sobre Forças Armadas

Oficialmente, não há decisão sobre quando - e se - a medida será revogada; Planalto alega que há ministérios vulneráveis por causa das depredações

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Foto do author Luci Ribeiro
Por Tania Monteiro e Luci Ribeiro (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer reúne-se na manhã desta quinta-feira, 25, com quatro ministros para avaliar se anula ou não o decreto que convocou as Forças Armadas ontem para garantir a ordem na Esplanada dos Ministérios depois que a manifestação contra o governo e as reformas trabalhista e da Previdência ganhou cenas de violência, quebradeira e enfrentamento entre baderneiros e policiais.

Temer vai se reunir com ministros para decidir sobre revogação da decisão que convocou Forças Armadas Foto: DIDA SAMPAIO / ESTADAO

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Até a noite desta quarta-feira, o presidente e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, trataram do assunto. Temer saiu do Palácio do Planalto às 23h.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, confirmou em entrevista à rádio CBN que haveria a reunião e afirmou que a convocação das Forças Armadas foi um 'grande acerto'. Além do GSI, o encontro contará com a presença dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo).

Oficialmente, não há decisão sobre quando - e se - a medida será revogada. Hoje, não saiu nada no Diário Oficial da União (DOU) em contrário ao decreto.

Nessa reunião, pode haver decisão política de revogar. Mas há senões. O governo explica que há ministérios vulneráveis, por causa das depredações. Por isso, a decisão de não revogar a medida de imediato, alega o Planalto. Prédios ficaram abertos, sem segurança, e o governo afirmava temer saques.

O polêmico decreto, que prevê o emprego das Forças Armadas no Distrito Federal até o dia 31 de maio, provocou reações imediatas no Congresso Nacional. O Palácio do Planalto pediu que os ministérios compilassem e reunissem imagens das câmeras de segurança mostrando os estragos para ajudar a defender a decisão de invocação das tropas militares. Essas imagens podem servir também para identificar e enquadrar criminalmente as pessoas responsáveis pela depredação.

O Planalto alegou que recorreu ao Exército e à Marinha porque a Polícia Militar do Distrito Federal não conseguiu controlar os manifestantes e conter o que considerou uma “barbárie”. Na Câmara, o anúncio de que as Forças Armadas tinham sido chamadas provocou bate-boca entre deputados. A sessão foi suspensa por 30 minutos. Opositores classificaram a medida como uma espécie de formalização do “estado de exceção”.

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Veja fotos do protesto em Brasília:

O decreto de Temer foi visto com preocupação por alguns juristas e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que disse “esperar que a notícia não fosse verdadeira”durante a sessão plenária na Corte.

Protestos. O ato em Brasília, que pedia a renúncia do presidente, terminou com pessoas feridas, prédios depredados, pontos de ônibus destruídos, fogo ateado em banheiros químicos e manifestantes presos. Até a noite desta quarta-feira, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal não havia informado o efetivo usado pela polícia. Números oficiais indicavam 49 feridos, entre eles, um por arma de fogo, confirmado pela secretaria.