Temer recebeu sinalização de que Cunha poderia deflagrar impeachment hoje

Interlocutores do vice-presidente da República afirmam, no entanto, que ele só tomou conhecimento da decisão oficialmente durante o anúncio

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Por Carla Araujo e Beatriz Bulla
Atualização:

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), recebeu sinais desde o início do dia de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderia deflagrar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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O estopim para Cunha foi o posicionamento da bancada petista de se posicionar a favor da admissibilidade do processo por quebra de decoro parlamentar. Desde ontem, o Palácio do Planalto trabalhava para livrar Cunha do processo, que pode culminar com a cassação de seu mandato.

Oficialmente, Temer só tomou conhecimento da decisão de Cunha durante o anúncio. Entretanto, segundos interlocutores ligados ao vice-presidente, além dos sinais dados ao longo do dia, o posicionamento da bancada petista evidenciou que o peemedebista tomaria a decisão que ameaçava.

A avaliação é que o movimento dos deputados petistas deixou claro que o “partido abandonou Dilma”.Ontem, o presidente do PT, Rui Falcão, orientou que os petistas fossem no sentido contrário do que desejava a presidente com relação a Cunha. O gesto contrariou apelos que ministros fizeram pessoalmente a Falcão e foi interpretado nos bastidores como um aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A visão é de que entre Dilma e Lula, o PT optou pelo Lula e abandonou Dilma”, afirmou uma fonte.

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