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Temer recebeu políticos a cada meia hora durante 13 horas

Presidente tenta barrar denúncia que tramita na Câmara contra ele por corrupção passiva

Por Carla Araujo e Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - Esta terça-feira, 4, foi de entra e sai no gabinete do presidente Michel Temer de parlamentares em busca de alinhamento da base e apoio do Congresso para barrar a denúncia que tramita na Câmara contra o presidente por corrupção passiva.  Em uma das agendas, com deputado Evandro Gussi (PV-SP), que ocorreu logo cedo, Temer fez na realidade uma grande reunião com ministros, incluindo Henrique Meirelles (Fazenda), e empresários do setor de biocombustíveis para tentar atender a alguma das demandas do setor e também da bancada que representa o segmento. No encontro, Temer deu aval para antecipar o calendário de mistura do biodiesel ao óleo diesel, que passará a ter 10% da mistura em 2018. No total, foram mais de 13 horas, com audiências a cada meia hora. Além de alguns parlamentares que costumam frequentar com mais assiduidade o gabinete presidencial, na agenda eram previstos inicialmente 22 parlamentares, mas ao longo do dia a lista foi aumentando. Na hora do almoço, por exemplo, Temer recebeu o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e os líderes Baleia Rossi (PDMB-SP), Lelo Coimbra (PMDB-RS), Carlos Marun (PMDB-MS), André Moura (PSC-SE) e Aguinaldo Silva (PP-PB). Depois, na sequência recebeu o deputado Lúcio Vieira Lima, irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso na segunda-feira, 3. Um auxiliar do presidente destacou que muitos deputados e senadores que não estavam contemplados ligaram para o Planalto para tentar um espaço com o presidente. Além do presidente, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Antonio Imbassahy (Secrataria de Governo) e Moreira Franco (Secretária-Geral da Presidência) também receberam alguns políticos em reuniões separadas.  Denúncia. Na quarta-feira, 5, segundo fontes, a romaria de parlamentares deve ser menor, pois o presidente quer acompanhar a defesa que seu advogado Antonio Cláudio Mariz fará na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O objetivo do governo continua sendo que a denúncia seja apreciada em plenário antes do recesso. Apesar do otimismo, um interlocutor do Planalto reconheceu que o cenário é muito incerto e há vários fatores que fogem do controle do governo, como uma possível obstrução ou pedido de vista.

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