
09 de dezembro de 2008 | 10h40
O candidato peemedebista à presidência da Câmara, Michel Temer, prometeu na segunda-feira à noite retomar a discussão sobre a reforma política caso vença o pleito, em fevereiro. "É algo que o Brasil sempre deseja. Muito se fala durante a eleição e é a primeira reforma que se esquece logo depois das eleições", disse a jornalistas momentos antes de cerimônia de premiação da revista IstoÉ. Para ele, é possível avançar nesta questão em 2009, ainda que seja de forma "fatiada". Veja também: PMDB decide lançar candidato à presidência do Senado Bancada do PT fecha apoio a Temer para presidente da CâmaraEntre os pontos mais relevantes das mudanças, Temer citou a fidelidade partidária, que teria, como conseqüência, a decisão sobre o sistema do voto: se distrital, distrital misto, por lista, proporcional ou o majoritário para deputados. Além disso, ele propõe também um acréscimo do fundo partidário destinado a campanhas, o que evitaria "essa espécie de preocupação", como se vê atualmente com a abertura dos nomes dos doadores, já que muitos dos recursos têm origem apenas em "comitês de financiamento". O candidato explicou, no entanto, que o primeiro projeto a receber destaque na Casa no ano que vem é o da reforma tributária. "É preciso acertar os ponteiros com os Estados da Federação, mas já se caminhou muito", afirmou.Sobre o andamento da eleição, o peemedebista disse que as articulações vão bem e que a receptividade a seu nome é muito grande. "Mas prefiro esperar fevereiro, o dia da eleição", ponderou. "O PT, o PV, o PSC e o PRB já formalizaram apoio e espero que muito proximamente o PSDB, o DEM e o PPS também formalizem apoio", disse ele, que informou estar conversando pessoalmente com os 513 parlamentares da Câmara.Durante a entrevista, Temer foi interrompido pela chegada do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). "Nada atrapalha o Michel Temer, o futuro presidente da Câmara dos Deputados", disse o governador. De acordo com ele, Arlindo Chinaglia fez "um excepcional trabalho neste biênio" e passar o bastão para Michel Temer é a garantia de um Congresso nacional bem conduzido. "Vou pedir para o Sergio Cabral passar uns 15 dias lá em Brasília", respondeu bem-humorado o candidato. PT e DEM juntos por Temer O Democratas (DEM) deve apoiar a candidatura de Temer para a presidência da Câmara. Esta foi a sinalização dada na segunda pelo líder do partido, Antonio Carlos Magalhães Neto. "Estamos ouvindo todos os candidatos. Já conversamos bastante com o deputado Michel Temer, enxergamos com simpatia a candidatura dele", afirmou a jornalistas. ACM Neto evitou, no entanto, fazer desta uma declaração oficial. "Vamos aproveitar os próximos 10 dias para fazer toda a conversa dentro da bancada. Só quero anunciar depois que encerrarmos toda a conversa com a bancada", argumentou. Já o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afastou a possibilidade de o acordo entre seu partido e o PMDB para eleger seu sucessor ser rompido. "Não há hipótese. Não há nenhum precedente da nossa parte de fazer um acordo e não cumprir", afirmou Chinaglia. O acordo prevê o apoio do PT ao candidato peemedebista, Michel Temer. "Quando eu fui candidato, fizemos um acordo. Como deputado, apóio Michel Temer, o PT apóia, mas decisão só no dia." Ele lembrou, no entanto, que há muitas análises em relação à vinculação das eleições da Câmara e do Senado. "Estamos trabalhando para que o PT apóie Tião Viana, mas o compromisso da Câmara já está sendo cumprido", reforçou.
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