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Temer decide manter ministro do Turismo, advogado-geral da União e secretária das Mulheres

De acordo com o presidente em exercício, sucessivas trocas, por conta de denúncias ou críticas, estariam promovendo instabilidade ao governo

Por Erich Decat , Tania Monteiro e Carla Araujo
Atualização:

BRASÍLIA - Em reunião realizada no final da manhã desta segunda-feira, 6, no Palácio do Jaburu, o presidente em exercício, Michel Temer, decidiu, por ora, manter nos cargos, por ora, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, o advogadao-geral da União, Fábio Medina Osório e a secretária das Mulheres, Fátima Pelaes. O encontro também contou com a participação dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria Geral).

Segundo relato de três auxiliares que tiveram acesso às conversas, o presidente em exercício dará “um voto de confiança” a Alves, até que surjam novos elementos contra o ministro, que chegou a ocupar a mesma pasta no governo Dilma na cota pessoal de Temer.

Michel Temer, presidente interino da República Foto: Reuters

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Embora o pedido de investigação e as citações ao ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB) na Operação Lava Jato preocupem o governo pelo desgaste que causa, a avaliação no encontro entre a cúpula era de que não haveria fato novo em relação às investigações que estão sendo feitas. Amigo pessoal de Temer, Alves tem apoio dos peemedebistas. “Não há nada diferente do que já havia saído”, disse um ministro, que reforçou a ideia de que o governo precisa de estabilidade e novas demissões causariam mais turbulência.

Segundo a força-tarefa, Alves atuou junto à empreiteira OAS para obter recursos para sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte em 2014. O dinheiro teria sido desviado da Petrobrás, conforme publicado nesta segunda pelo jornal Folha de S. Paulo. A denúncia foi encaminhada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) em abril. O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria participado da negociação com o então presidente da OAS, Léo Pinheiro. O ministro, que perdeu as eleições em 2014, nega qualquer irregularidade.

A permanência do AGU chegou a ser avaliada pela cúpula do governo interino após o surgimento da polêmica em torno do uso do avião da Força Aérea Brasileira (FAB). No último dia primeiro, o AGU utilizou uma aeronave da FAB para ir à Curitiba, onde participaria de uma homenagem ao juiz responsável pela Lava Jato, Sérgio Moro, e de um encontro da Justiça. Em nota divulgada no último sábado, a FAB afirma que o voo que transportou Osório "seguiu todos os procedimentos formais e legais".

Osório também foi alvo de inúmeras críticas de auxiliares diretos do presidente em relação à sua atuação. "Ele ficou deslumbrado com o cargo e agiu de forma indevida em muitos casos", comentou um interlocutor do Planalto ao lembrar que até os servidores da própria AGU já fizeram chegar à Presidência inúmeras críticas a ele, pelas suas ações. "Está ficando muito difícil de conviver com ele", emendou outro assessor palaciano. "A sua situação está extremamente delicada."

A situação de Paleas é semelhante à de Henrique Eduardo Alves. Segundo interlocutores de Temer, ela permanecerá no cargo até o surgimento de fatos novos. Ela é alvo de investigação na Justiça Federal por supostamente haver participado de um esquema de desvio de R$ 4 milhões em verbas no Ministério do Turismo, objeto da Operação Voucher, da Polícia Federal, iniciada em 2011.

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Com a decisão de manter o ministro no posto, o governo também quer quebrar o ciclo de demissões no primeiro escalão, fato que vem ocorrendo nas duas últimas semanas, quando deixaram o cargo o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o da Transparência, Fabiano Silveira. Ambos foram alvo de gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Nos diálogos gravados, Jucá fala em pacto para deter as investigações. Já Silveira discute estratégias de defesa de investigados da Lava Jato.

Com a decisão de manter o ministro no posto, o governo também quer quebrar o ciclo de demissões no primeiro escalão, fato que vem ocorrendo nas duas últimas semanas, quando deixaram o cargo o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o da Transparência, Fabiano Silveira. Ambos foram alvo de gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Nos diálogos gravados, Jucá fala em pacto para deter as investigações. Já Silveira discute estratégias de defesa de investigados da Lava Jato.