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Temer diz que situação de Jader é dramática

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PMDB, o deputado paulista Michel Temer, reconheceu em sua entrevista na noite passada ao programa ?Roda Viva?, da TV Cultura, que a situação do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) é "dramática". Segundo Temer, a indicação de Jader pelo líder peemedebista no Senado, Renan Calheiros (AL), para integrar a Comissão de Constituição e Justiça (que irá examinar previamente as acusações que pesam contra o senador paraense no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa), visou unicamente possibilitar-lhe a mais ampla defesa. "O problema é saber se ele, já a esta altura um acusado, poderia pleitear o direito à ampla defesa. Esta é uma questão ética. Agora, se isso for negado a ele, e depois ele apresentar recurso à CCJ, é natural (que o processo possa ser anulado)", disse Temer. E admitiu: "Eu acho que a opinião pública está contra o Jader. Não tenho a menor dúvida disso. A situação política dele é dramática. Agora, nem por isso nós vamos abandonar a tese do direito à ampla defesa." Manobra é pirotecnia Para o analista Franklin Martins, do ?Jornal da Globo?, da Rede Globo, a indicação de Jader para a CCJ do Senado é um exercício de pirotecnia por parte do PMDB, cujo resultado já é conhecido. Ou seja, sem chance para o ex-presidente do Senado. Eis sua análise: "A indicação de Jader Barbalho para a Comissão de Constituição e Justiça não vai ter resultado prático algum, por dois motivos. Primeiro, porque o que Jader está pedindo - amplo direito de defesa antes da abertura do processo -, não faz o menor sentido, pois, antes, precisa abrir o processo para depois dar-lhe amplo direito de defesa. Segundo, porque a composição da Comissão é francamente contrária a Jader. Dos 23 integrantes da CCJ, no máximo 5 vão votar com ele. A ampla maioria, inclusive do PMDB, vai votar contra o pedido do ex-presidente do Senado." Tumultuar o processo "Mas pode ser que o objetivo dele seja apenas tumultuar e adiar uma decisão. Também nesse caso não faz sentido. O Regimento do Senado é claro: se a CCJ não tomar uma decisão na quarta-feira (amanhã), o assunto volta imediatamente ao Conselho de Ética, que decide na quinta se abre ou não o processo contra Jader. Tudo somado, trata-se apenas de uma pirotecnica, de uma jogada de efeito. O líder Renan Calheiros está apenas querendo mostrar ao mundo que está com Jader para o que der e vier. Como pessoa, como indivíduo, como senador, é um direito que ele tem. Mas como líder do partido, talvez ele esteja indo longe demais. Afinal, está comprometendo o PMDB e quando ele, Jader, afundar, o PMD afundará junto. Renan deve saber o que está fazendo. E a bancada do partido, que está quietinha no canto dela, também."

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