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Temer diz que se intervenção não der certo, é erro do governo

Presidente afirma que as Forças Armadas estão cumprindo suas orientações e que a criação de novo ministério talvez se dê via decreto

Por Carla Araujo
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira, 23, em entrevista à Radio Bandeirantes, que se a intervenção na área de segurança do Rio não der certo a culpa será do governo e não das Forças Armadas. Segundo ele, as Forças Armadas “nada mais fizeram do que obedecer ao comando do seu comandante supremo”. “Se não der certo, não deu certo o governo porque o comandante supremo das Forças Armadas é o presidente da República”, disse.

O presidente Michel Temer Foto: Wilton Junior|Estadão

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Temer rechaçou que tenha colocado as Forças Armadas “numa fria” e afirmou que, na quinta-feira, 22, em encontro com os comandantes, eles disseram que “vai dar certo”. “Volto a dizer: se não der certo, foi o governo que errou, as Forças Armadas estão cumprindo uma orientação”, destacou. Segundo o presidente, durante o processo de decisão pela intervenção, “não houve nenhuma ordem dos militares”, apenas consultas e trocas de ideias.

De acordo com o presidente, é “zero” a possibilidade de um golpe militar. “Eu asseguro. Vou dar uma nota para a hipótese do golpe militar: zero", afirmou. “Não existe clima nas Forças Armadas ou na população para um golpe militar.”

Para ele, a violência no Rio chegou a um ponto que se não tivesse a intervenção não seria mais possível “habitar” a cidade. “Não havia outra (possibilidade) se não a intervenção desse setor (segurança) para colocar ordem na casa”, afirmou.

Ao ser questionado como tratará demandas de outros Estados, o presidente afirmou que, justamente por isso, decidiu criar o Ministério da Segurança para coordenar os trabalhos nos Estados. Temer sugeriu que a criação da pasta se dará por meio de decreto: "o Ministério da Segurança pode ser feito por decreto, mas ainda não tenho convicção".

AFASTAMENTO DE PEZÃO  Temer disse ainda que cogitou-se, num primeiro momento, afastar o governador Luiz Fernando Pezão e fazer uma intervenção total no Rio. “Seria muito radical e refutei”, disse o presidente, sem querer afirmar o autor da ideia de afastamento de Pezão. “Foi uma conversa generalizada. Aconselharam, mas quem toma as decisões é o presidente”, assumiu, reforçando que a medida “foi acordada com o governador”.

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Para tentar afastar a hipótese de que as Forças Armadas estariam no comando, Temer disse que decretou uma intervenção “cooperativa e não é militar”. “É uma intervenção civil, mas se escolheu um nome de um militar (para ser o interventor)”, disse, em referência ao General Braga Netto.

OTIMISMO

 

Temer disse ainda ter “absoluta convicção” de que a intervenção no Rio dará certo e indicou que a população está apoiando a medida. “Pesquisas mostram que 80% das pessoas são favoráveis”, afirmou. Segundo o presidente, apesar de ser um “jogo de alto risco”, a decisão é necessária.

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