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Temer diz que 'por enquanto' não é candidato à reeleição

Em entrevista a rádio, presidente afirma que pleiteia ser aquele na história que tirou o Brasil da recessão

Por Tania Monteiro e Elizabeth Lopes
Atualização:

O presidente Michel Temer (MDB), mais uma vez, evitou ser direto ao responder à pergunta, em entrevista à Rádio Guaíba, sobre se será ou não candidato à Presidência, já que está empenhado na aprovação da reforma da Previdência e na divulgação dos "avanços" de seu governo. Temer foi cauteloso em usar duas vezes expressões dizendo que, não é candidato, "no momento" e "por enquanto", sugerindo que a hipótese não está descartada.

O presidente Michel Temer. Foto: André Dusek / Estadão

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"No momento, eu sou candidato a passar para a história como alguém que pegou o País em uma recessão profunda. Estamos saindo da recessão e nos últimos seis meses, apesar dos embates todos, estamos conseguindo fazer as reformas necessárias para o País, para fazer o País crescer. Não só crescer agora, mas continuar crescendo", respondeu o presidente ao ser questionado se os ganhos obtidos em seu governo não o habilitaria a disputar a reeleição. Mais adiante, depois de fazer as considerações sobre o que fez em sua administração, o presidente emendou: "Minha candidatura, por enquanto, é essa".

+++ Temer diz que não tentará reeleição e que seguirá carreira de jurista Temer disse ainda que não está preocupado com sua popularidade, ao salientar que uma vez ouviu de um empresário que ele deveria aproveitar sua baixa aceitação na população para fazer reformas impopulares e disse: "É isso que estou fazendo".

+++ Temer diz que é preciso dar 'tempo ao tempo', sobre baixa popularidade em pesquisas O presidente se queixou da pouca divulgação que se dá aos atos de seu governo, chegando a citar que, por exemplo, o lançamento para entrega de 650 mil casas em 2018 "saiu apenas em uma fitinha no jornal". Temer, neste momento, está despachando no Palácio do Planalto, mas, ainda hoje, irá para o Rio de Janeiro, com a família, passar o carnaval. Sobre a viagem, na entrevista, o presidente disse que aproveitará para descansar e que "descanso também é momento de meditação". 

CRISTIANE BRASIL Temer voltou a defender a indicação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho. "Não é questão de mérito, mas de princípio. Cabe ao presidente nomear", declarou Temer reconhecendo, no entanto, que todo esse embate e desgaste, por tanto tempo, "não foi bom".

O presidente lembrou que, com a descompatibilização a partir de abril de pelos menos 12 ministros parlamentares ou não, que estão em seu governo e querem disputar as próximas eleições, ficaria inviável se cada juiz decidisse dar uma liminar impedindo a nomeação de quem ele escolheu. "Vou substituir 12 ou 13 ministros. Imagina se cada ministro que eu nomear, um juiz de primeiro grau impede", reclamou o presidente, insistindo que "a Constituição estabelece que é competência privativa do presidente da República nomear".

Para o emedebista, "fica parecendo que cometi um equívoco jurídico, o que não é verdadeiro". E emendou: "Posso até cometer um erro administrativo ao escolher um ministro, que não é o caso, já que Cristiane Brasil é competente, trabalhadora e presta bons serviços ao País. Mas isso não é revisável por um juiz de primeiro grau. Imagina se cada ministro que eu nomear, um juiz impede?".

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+++ Temer diz que vai respeitar decisão da Justiça sobre Cristiane Ao citar as ações impetradas para impedir que Cristiane assuma o cargo, Temer disse que as cinco foram todas iguaizinhas, sugerindo o discurso que vem sendo feito por ministros de seu governo de que essa questão virou uma batalha política. Em seguida, Temer afirmou que aguarda a decisão do Supremo Tribunal Federal para decidir a questão do princípio da nomeação, que reiterou ser de sua competência.

+++ MPF investiga Cristiane Brasil por associação ao tráfico Na entrevista, Temer ainda disse que está analisando a composição de seu novo ministério. E sem entrar em detalhes, o presidente disse que isso deve ocorrer a partir de 1.º e 2 de abril.

+++ VEJA ESPECIAL: reformas ministeriais de Sarney a Dilma

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