Temer deve ir à TV defender a Casa

PUBLICIDADE

Por Luciana Nunes Leal e Denise Madueño
Atualização:

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), deverá ir à TV, exercendo o direito de convocar cadeia nacional, para defender a Casa das denúncias de abuso nos gastos de dinheiro público. Esse foi o resultado das queixas contra a imprensa que tomaram conta de parte da reunião de ontem com os líderes e integrantes da Mesa Diretora, na qual foi confirmado o ato administrativo que restringiu o uso de passagens pelos parlamentares. Líderes partidários fizeram defesas enfáticas da necessidade de a Câmara reagir e responder às acusações. Eles reclamam, principalmente, do que chamam de generalização das denúncias pela imprensa. "A cobertura é desleal", afirmou o líder do PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP). Segundo ele, a imprensa considera que todos fizeram a farra das passagens: "As regras vigoravam havia 49 anos. Quem está corrigindo, graças à pressão popular, somos nós." O líder do PSDB, José Aníbal (SP), defendeu a abertura de um diálogo com a sociedade para explicar as condições que o deputado deve ter para o exercício do mandato parlamentar. "A Câmara está se acovardando. Uma coisa é o salário e outra as condições de mandato", disse. "Temos de comunicar. A Câmara parece uma instituição frouxa que não se defende", pregou o líder tucano. Na reunião, os líderes cobraram também a punição dos deputados que comercializaram suas passagens ou usaram a cota para obter lucros, de modo a responder ao desgaste político gerado pelos escândalos. "Se há venda de passagens, salta aos olhos que se trata de delito", afirmou Temer, em entrevista após a reunião de líderes. Uma comissão de sindicância administrativa está apurando o envolvimento de funcionários no desvio de passagens, mas, até agora, Temer não decidiu o que fazer com os deputados suspeitos de irregularidades. Ele pediu pareceres jurídicos sobre os casos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.