Temer critica adesão de parlamentares ao PMDB

Para o presidente do partido, a coalizão que a legenda firmou com o governo Lula "não implica na concessão de benesses, mas sim na união de forças políticas"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), criticou duramente nesta segunda-feira a crescente adesão de parlamentares de outras siglas à sua legenda, em razão da coalizão que os peemedebistas firmaram com o governo do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "A coalizão não implica na concessão de benesses, mas sim na união de forças políticas em prol da governabilidade", disse Temer, em palestra sobre reforma política, realizada nesta manhã no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Mas ele admitiu em seguida que não há como barrar a entrada de políticos no partido. "Negar, não tem, mas tem como examinar cada caso dessa eventual adesão, e essa é a minha proposta", disse ele. Na sua avaliação, é fundamental que os políticos tenham uma visão programática para o País. "A adesão deve se dar em função dos programas do partido, e não porque o partido apóia ou não o governo. Este é um mal que devemos retirar da vida pública brasileira", afirmou. Segundo o parlamentar, em termos numéricos, a adesão pode ser até um fator positivo. "Mas em termos programáticos é muito ruim, pois desvaloriza o partido perante a opinião pública, dando a impressão de que se quer as benesses do governo federal", considerou. Questionado se a procura pelo PMDB está sendo grande, Temer disse que há muito boato e conversa. "O que se fala é que o PMDB poderia vir a ser o grande desaguadouro daqueles que não quiserem ficar em outros partidos. E se for única e exclusivamente porque o partido fez uma coalizão, acho ruim para o sistema político partidário do País", emendou. Durante a palestra, o peemedebista falou da expectativa de que a reforma política possa sair em breve. "Desta vez, acho que vamos fazer a reforma política", emendou. A mesma opinião não foi compartilhada por outros parlamentares presentes à palestra promovida pela Ciesp. O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, disse não acreditar nessa possibilidade. O deputado petista, José Eduardo Cardozo (SP), afirmou também que existe um espaço muito grande entre querer a reforma política e promovê-la de fato. "A reforma política é da sociedade e não do governo. Enquanto houver disputa política, ela não sai e os escândalos históricos podem se repetir", avaliou o petista. Participaram também da palestra o deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP) e o deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS). Este texto foi corrigido às 15h15 e alterado às 17h16 para acréscimo de informação. A palestra foi realizada na Ciesp, e não na Fiesp, como publicado.

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