
10 de junho de 2009 | 08h04
O diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, que também participou do seminário, atribuiu a decisão da Petrobras a um grande equívoco da estatal. "Não acho que foi má-fé, mas falta de discussão. Por isso, tenho certeza de que a Petrobras vai rever isso", disse ele. Para Gandour, a prática adotada pela Petrobras ignora que o sigilo da imprensa é transitório, faz parte do método de trabalho e pode ser necessário para que se construa uma apuração completa e contextualizada. "Mas o método da imprensa sempre tem como objetivo final a transparência", afirmou.
Para a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a estatal quebra o caráter confidencial que deve ter a correspondência entre os jornalistas e as fontes oficiais da empresa, revelando "canhestra tentativa de intimidar" a imprensa. De acordo com nota da ANJ, "os e-mails de resposta da assessoria incluem ameaças de processo no caso de suas informações não receberem um ''tratamento adequado''".
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, relator da ação que revogou a Lei de Imprensa, disse que ainda não tem uma opinião formada sobre a atitude tomada pela Petrobras de revelar as reportagens em andamento. "Não tenho condição de dizer nada conclusivo. Isso é assunto para reflexão", afirmou Britto. Para ele, o direito à liberdade de imprensa é absoluto, conforme garantia da Constituição.
Já o secretário-executivo da Secretaria da Comunicação de Governo (Secom), Ottoni Fernandes Jr, disse que, na sua opinião, a decisão da Petrobras não quebra a liberdade de trabalho de cada meio de comunicação. "A decisão é de pôr lá as respostas e não as perguntas dos repórteres", disse. "Se publicassem as perguntas, poderia sim quebrar a liberdade de trabalho de cada um, porque daria a pista para a reportagem que cada jornal está fazendo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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