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Temer admite que PMDB não tem candidato forte

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), admitiu hoje que seu partido passa por uma situação muito delicada e que não tem um candidato forte para disputar a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, apesar de três nomes estarem inscritos para as prévias marcadas para o dia 17 de março. Ele lembrou que o governador de Minas Geras, Itamar Franco, o mais cotado, caiu de 9,8% para 3,8% nas intenções de votos. E os outros dois - o senador Pedro Simon (RS) e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann - nem aparecem nas pesquisas. Com base nestes dados, a Executiva Nacional do PMDB planejava fazer uma reunião esta semana, em Brasília, para tratar da desmontagem das prévias. Mas o encontro foi cancelado por Temer, por causa da proximidade do Carnaval. A intenção do grupo de Temer é deixar o PMDB preparado para negociar a composição de uma chapa com o PSDB do ministro José Serra, ou com o PFL da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, os dois pré-candidatos à Presidência. Roseana está bem à frente, com cerca de 21% das intençõs de votos, conforme as pesquisas, e Serra tem pouco mais de 7%. Imediatamente ao tomar conhecimento da iniciativa de Temer de fazer a reunião que poderá desmontar as prévias, a ala contrária ao governo e a uma aliança com o ministro José Serra reagiu e começou a coletar assinaturas para realizar uma convenção extraordinária no dia 3 de março. "A intenção é tirar da Executiva Nacional o controle do programa gratuito no rádio e na televisão, além de estabelecer regras claras para as prévias", disse o senador Roberto Requião (PR), um dos que lideram o lado dos que desejam a candidatura própria. Temer diz que Requião só fala besteira Assim, a um mês e meio das prévias destinadas a escolher o candidato do partido à sucessão presidencial, o PMDB entra na sua maior crise. "O ministro José Serra negocia com o grupo caititu (mamífero conhecido populamente por porco-do-mato, que nunca anda sozinho) do PMDB, formado pelo Michel Temer, pelo deputado Geddel Vieira Lima (BA, líder na Câmara) e pelo ex-senador Jader Barbalho (PA), que anda sempre aos bandos", afirmou Requião. Temer não gostou da comparação: "O senador Requião e essa ala do partido fazem um barulho político irracional e falam as maiores besteiras". Temer disse que nem que o grupo de Requião consiga um terço das assinaturas dos integrantes do diretório nacional para convocar a convenção do dia 3 de março, a convocação será automática. O pedido terá de ser encaminhado a ele. "A convocação de uma convenção é responsabilidade da Executiva; vou examinar o que fazer", disse Temer. Para ele, as reclamações do grupo de Requião - composto ainda pelo ex-deputado Paes de Andrade (CE), pelo governador Itamar Franco e pelo senador Pedro Simon - não têm procedência alguma. "O edital de convocação das prévias foi publicado pelo Diário Oficial da União e lá estão todas as regras, quem vota (cerca de 16 mil filiados) e como se ganha", afirmou Temer. Requião discorda. Para ele, as regras foram feitas para prejudicar o governador Itamar Franco.

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