TDAs: Gregori manda PF instaurar novo inquérito

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Por Agencia Estado
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O ministro da Justiça, José Gregori, determinou que a Polícia Federal (PF) instaure hoje um novo inquérito para apurar a suposta venda de Títulos da Dívida Agrária (TDAs) pelo presidente do Congresso, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), a um banqueiro paulista. O pedido havia sido feito pelo senador ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. Num processo de 1997 sobre o caso, a PF sugeriu o indiciamento de Jader e, tecnicamente, isso poderá voltar a ocorrer, se as investigações forem retomadas. "Determinei à PF que, nas primeiras horas, abra o inquérito nos termos pedidos pelo presidente do Senado e do procurador da República", afirmou o ministro. Segundo ele, como foi o autor do pedido de investigações que é acusado de ter recebido US$ 4 milhões pelos TDAs, conforme reportagem da revista "IstoÉ", Jader poderá ser chamado para depor. Em agosto de 1997, o delegado federal Clóvis Leão, que apurava as irregularidades em processo de desapropriação da Fazenda Paraíso - que levou à denúncia das TDAs -, sugeriu à Justiça Federal o indiciamento do senador. Como Jader tinha imunidade parlamentar, o caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e os ministros pediram novas diligências. Na época, o delegado Antônio Celso também recomendou o indiciamento. No novo inquérito, a PF pretende confrontar as investigações de até 1997 com as novas denúncias. A apuração será centrada na gravação feita pelo advogado Gildo Ferraz com o banqueiro Serafim Rodrigues de Moraes e a mulher dele, Vera Arantes Campos, que pagaram US$ 4 milhões por TDAs. Esse valor, segundo a conversa, foi entregue a Vicente de Paula Pedrosa da Silva e, em São Paulo, repassado para Jader. No ofício encaminhado à PF, Brindeiro amplia o foco das investigações e pede que sejam tomados depoimentos de Jader, Moraes, Vera e Silva. Ele também solicita uma perícia na fita gravada por Ferraz. "O inquérito policial e o processo judicial que foi encerrado em 2001, com a condenação de algumas pessoas, deve ter tratado sobre as negociações das TDAs, mas, em nenhum momento, meu nome surgiu. Em nove anos de tramitação, isso não aconteceu e, de repente, aparece essa farsa numa conversa telefônica", respondeu Jader. Ele diz que só manteve relações políticas com Silva, uma vez que o empresário foi candidato do PMDB a prefeito de Igarapé-Açu (PA).

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