TCU vai investigar contratos de empresa com Petrobras

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Por LEANDRO COLON E ANDREA JUBÉ VIANNA
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O Tribunal de Contas da União (TCU) instaurou um processo para investigar os contratos da Manchester Serviço Ltda., empresa que pertence ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), com a Petrobras. O procurador Paulo Bugarin, representante do Ministério Público (MP) junto ao TCU, entrou com representação pedindo a apuração das relações entre a empresa e a estatal. O relator do processo será o ministro Raimundo Carreiro. Técnicos do TCU no Rio de Janeiro, onde a Manchester atua dentro da Petrobras, assumiram a tarefa de iniciar a investigação. O processo aberto tem o número 019.190/2011-5.Na representação, o procurador pede, entre outros pontos, que se apure a legalidade dos contratos que renderam R$ 57 milhões sem licitação à Manchester desde o ano passado, conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou no último dia 3. Bugarin solicita detalhes dos contratos e os motivos que levaram a Petrobras a escolher a empresa do senador do PMDB.O procurador protocolou seu pedido na quinta-feira e o tribunal divulgou a informação hoje. Será incluída na investigação a fraude revelada ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo que envolve a Manchester, a Petrobras e uma licitação de R$ 300 milhões.A oposição vai protocolar amanhã pedido de investigação na Procuradoria-Geral da República (PGR) e na Polícia Federal (PF). Nesta manhã, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou à Agência Brasil que também vai investigar as denúncias de fraude. "Todos esses fatos que estão sendo noticiados nos últimos dias serão, sim, objeto de apuração pelo Ministério Público", disse.Eunício Oliveira é dono de 50% da Manchester, empresa que doou R$ 400 mil à sua campanha ao Senado em 2010. A reportagem de ontem mostrou que a Manchester soube com antecedência da relação de seus concorrentes na licitação de R$ 300 milhões e os procurou para fazer acordo.No dia 30 de março, um dia antes da entrega das propostas, um diretor da empresa de Eunício se reuniu por mais de duas horas com a Seebla Engenharia, uma das empresas convidadas pela Petrobras para participar da concorrência, destinada a prestar mão de obra terceirizada para a Bacia de Campos. A Seebla não teria topado um acerto e ofereceu uma proposta de R$ 235 milhões, R$ 64 milhões menor do que a oferta da Manchester. A estatal, no entanto, desclassificou a Seebla e declarou a Manchester como a primeira colocada.

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