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Taxa de abstenção do Enem chega a 20%

Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa de abstenção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano foi maior que a de 2000. Balanço preliminar divulgado hoje pelo Ministério da Educação (MEC) indica que 80% do 1,6 milhão de inscritos fizeram a prova. No ano passado, 10% dos candidatos deixaram de fazer o exame. O número de inscritos, porém, era bem menor: 390 mil. Segundo o ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, o exame foi realizado com tranqüilidade em todo o País. Foram registrados dois acidentes com ônibus que transportavam estudantes em Maranguape (CE) e Divinópolis (MG). Para evitar esse tipo de problema, o ministro determinou que, em 2002, o Enem seja realizado em todas as cidades onde há escolas de ensino médio. Este ano, o exame foi realizado em 277 municípios. Aproximadamente 83% dos jovens que se inscreveram no Enem este ano não pagaram a taxa de R$ 32,00. Essa foi, de acordo com o MEC, a causa do aumento do número de candidatos em relação às edições anteriores. Ficaram isentos do pagamento da taxa de inscrição os alunos das escolas públicas e os de ensino supletivo, além daqueles considerados carentes. Vestibular - O Enem é um exame voluntário destinado a jovens que estão concluindo ou já concluíram o ensino médio. O objetivo é avaliar as habilidades desenvolvidas durante a educação básica. Mas como 276 instituições de ensino superior estão usando a nota do Enem como um dos critérios do vestibular, muitos estudantes fazem o exame para aumentar as chances de ingressar numa faculdade. Interesse - É o caso de Arlete Aparecida Pereira, de 21 anos, que pretende prestar o vestibular para Letras na Universidade de São Paulo (USP). Ela fez o exame no Centro Universitário Nove de Julho (Uninove), em São Paulo. "O Enem ajuda a sentir o que é um vestibular", disse. Mas há quem tenha feito a prova apenas para verificar o que aprendeu na escola, como as amigas Cibele Biella, de 16 anos e Michele Gomes, de 20. Ambas estudam em escola pública. "Quero saber se o que estamos aprendendo é o que realmente importa e se temos condição de prestar vestibulares", disse Cibele. Ela pretende cursar veterinária e Michele, medicina. Na opinião geral dos professores do cursinho Etapa, a prova do Enem foi bem formulada, exigindo dos alunos mais uma leitura atenciosa das questões que conhecimento ou aplicação de fórmulas. "O ponto positivo da prova de Biologia foi o uso de gráficos", disse o o coordenador da área de Biológicas do Etapa, Angelo Pavone. Para o coordenador de Humanas, Rogério Forastieri, a única coisa exigida nas perguntas de História foi a interpretação de textos. "A questão número 4 trazia dois trechos relacionados à divisão do trabalho e o aluno facilmente concluía que se tratava da Revolução Industrial", afirmou. As perguntas abordaram temas atuais - na prova de Geografia, houve enunciados sobre desemprego e crescimento populacional. Por causa da crise energética no País, a prova de Física trouxe assuntos como potencial energético. "A de matemática exigiu raciocínio lógico, a partir da análise de gráficos", disse o coordenador de Exatas do Etapa, Élio Mega. As questões de química foram consideradas as mais trabalhosas. Com três textos de apoio, os inscritos tiveram de escrever uma redação sobre Desenvolvimento e preservação: como conciliar os interesses em conflito? "O tema foi complexo e exigiu uma boa reflexão", comentou a coordenadora de Língua Portuguesa do cursinho, Célia Passoni.

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