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Tática fracassada contra Dilma foi combinada no DEM

Por Christiane Samarco
Atualização:

A intervenção desastrosa do líder do DEM, senador José Agripino (RN), que deu vitória política à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, logo na primeira das nove horas de depoimento dela ao Senado ontem, foi fruto de um ataque combinado do DEM. Na véspera do depoimento, o líder comandou a reunião semanal da bancada do DEM, realizada sempre na terça-feira, e informou aos senadores sua tática para forçar a ministra a falar do suposto dossiê contra os tucanos. Ficou acertado ali que ele citaria uma entrevista em que a própria Dilma falava sobre suas respostas aos interrogatórios dos órgãos de repressão, e sobre a tortura na prisão. Pessoalmente abatido com o mau desempenho frente à ministra, foi o próprio líder quem puxou o assunto na reunião da Executiva Nacional do DEM hoje. "Minha intervenção não pegou a bancada de surpresa, porque eu disse que pretendia fazer um encaminhamento mais ou menos nesse rumo", lembrou Agripino, abrindo o debate do "day after" na direção partidária. "Comentei com a bancada antes, e todos apoiaram porque o enfoque não era este que mídia deu. O enfoque dado ontem foi um erro de interpretação", disse Agripino, sob o olhar solidário do senador Marco Maciel (PE), que logo confirmou as palavras do líder na reunião da bancada. Salientou, apenas, que "o combinado" não o que foi enfocado pela imprensa. Tanto Maciel como Jayme Campos (MT) defenderam a tese de que houve um equívoco de interpretação, aproveitado com muita competência pelo governo. Agripino aproveitou, então, para insistir no papel histórico do DEM. "A ditadura acabou no Brasil graças ao PFL, que rompeu com o PDS para eleger Tancredo Neves", afirmou.

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