Tática de candidatos foi ignorar perguntas

Tempo era gasto com recados ao espectador; um perguntou sobre pré-sal, o outro respondeu sobre o Rodoanel

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Por Redação
Atualização:

O confronto entre os dois principais candidatos ao governo paulista foi "modelado" pelas recentes pesquisas que dão, na disputa nacional, larga margem da petista Dilma Rousseff sobre o tucano José Serra. Embora muito à frente, com 54% das intenções de votos, Geraldo Alckmin investiu forte contra o rival Aloizio Mercadante, que só tem 16%. O comando petista considerou isso "um bom sinal", indicativo de que o PSDB já sente o impacto da entrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na briga e vai à luta para não perder a atual vantagem.

 

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Já nos primeiros momentos, Mercadante ressaltou a "continuidade" do governo Lula em São Paulo. Alckmin, por duas vezes, fez referências aos feitos de José Serra durante o seu governo. A diferença de tom, no entanto, era evidente: o tucano pedia votos para Serra, enquanto o petista já dava por evidente que a batalha nacional estava resolvida. Quando falou sobre educação e investimentos na saúde, por exemplo, mencionou projetos que pretende realizar "ao lado da nova presidenta, que será Dilma".

 

Sempre que podia, Mercadante punha números federais para brigar com os apresentados por Alckmin em São Paulo. Como ao declarar: "Nós triplicamos os valores nominais na educação, criamos o salário nacional dos professores". Esse confronto foi possível, na verdade, por causa da estratégia adotada por praticamente todos os candidatos: a de deixar de lado o que lhes era perguntado, para gastar seu tempo simplesmente dando seu recado ao espectador. E, quando fazia a pergunta, o candidato a "preparava" para emendar uma mensagem na hora da réplica.

 

Isso provocou, em alguns momentos, situações curiosas, como em um debate entre Feldmann e Russomanno. Um perguntou sobre pré-sal, o outro comentou o Rodoanel, na réplica foi mencionada a bioeletricidade e a tréplica enveredou pelo trânsito poluído de São Paulo.

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