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Tasso sugere "mais audácia" a Malan

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois pré-candidatos à Presidência pelo PSDB, o governador do Ceará, Tasso Jereissati, e o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, defenderam a redução dos juros. Tasso afirmou que o ministro da Fazenda "poderia ter mais audácia e correr mais risco em relação à inflação" para tentar baixar os juros. Em um almoço na Confederação Nacional do Comércio, no centro do Rio, o governador sugeriu que Malan "deveria fazer um teste com o mercado financeiro e, mesmo que isso signifique um pouquinho mais de inflação, consiga reduzir os juros e retomar o crescimento do País". Já Paulo Renato, em seminário sobre Educação e Desenvolvimento promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), enfatizou que a redução do risco percebido pelos estrangeiros em investir no Brasil precisa diminuir, porque é um dos principais fatores que mantêm os juros altos. "Nesse sentido de redução do risco, é preciso mostrar que o nosso ajuste fiscal é permanente e, ao reduzir os juros, diminuiremos também a dependência de financiamento interno e externo", declarou o ministro. Para ele, "o desenvolvimento econômico passa necessariamente pela redução dos juros". Paulo Renato considera que o desenvolvimento sustentável virá baseado em dois trilhos: educação e desenvolvimento econômico. Na sua opinião, a educação é uma condição necessária a um país mais justo, e o Brasil está caminhando para preencher essa condição. A outra, o desenvolvimento econômico, depende, na visão do ministro, do aumento das exportações e da redução dos juros. O governador do Ceará também comentou que a queda dos juros depende de medidas de longo prazo. "O Fernando Henrique, o Malan, o Armínio (Fraga, presidente do Banco Central) estão aumentando os juros porque não podem baixar. Eles não têm saída. A única forma de mudar isso é atacar o déficit público", explicou. Entre as medidas necessárias, Tasso afirmou a um grupo de empresários cariocas que a mais importante é a reforma tributária. "Ninguém gosta de falar disso, mas para baixar os juros será preciso discutir uma série de coisas desagradáveis, essenciais para a redução da dívida, entre elas a contribuição dos funcionários inativos." Juros altos O economista Raul Veloso, especialista em contas públicas, analisou, a pedido da Agência Estado, os motivos que fazem os juros no Brasil serem altos. De acordo com ele, o risco do Brasil, percebido do exterior, é responsável por pelo menos sete pontos porcentuais dos juros internos e é um dos fatores principais, junto com a inflação, que impedem que a taxa de juros básica, a Selic, se reduza abaixo de 15%, nível mínimo a que chegou, em março deste ano. "Eu estou convencido de que as medidas que reduzem fortemente o risco - como a reforma tributária, previdenciária, trabalhista e outras - são do tipo que só são feitas em início de mandato, quando o governo está forte ", disse Veloso. "Daí a importância em discutir isso em ano eleitoral?. Campanhas Tasso respondeu às declarações feitas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso que, na semana passada, afirmou que os pré-candidatos deveriam esperar mais antes de começar suas campanhas. "Eu também acho que é cedo, a campanha só deveria ter começado em março ou abril, mas a verdade é que ela acabou sendo precipitada por forças externas e internas do partido." Sobre a possibilidade de o PSDB apoiar a candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), Tasso afirmou que, "se existe a proposta de uma aliança, os nomes de candidatos de outros partidos serão considerados", disse. "Mas esses nomes têm que reunir várias qualidades de liderança, não apenas resultados positivos em pesquisas (referência ao bom desempenho da governadora nas últimas pesquisas de intenção de voto)." Paulo Renato disse que espera que a aliança com o PFL seja mantida e declarou que os índices de popularidade da governadora "vêm do trabalho competente que Roseana está fazendo no Maranhão".

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