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Tasso reage e FHC suspende nomeação de serrista

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu suspender, até segunda ordem, o anúncio da nomeação de José Roberto Vieira da Costa como secretário de Comunicação da presidência. A indicação, até a noite de quinta-feira, parecia iminente. Mas com o retorno do governador do Ceará, Tasso Jreissati, ao Brasil, depois de quase duas semanas nos Estados Unidos, aumentaram as pressões para impedir a nomeação. A Secretaria de Comunicação é o órgão que controla a verba de publicidade e a propaganda do governo. Nesta sexta-feira, o presidente do PSDB, José Aníbal, conversou com Tasso, assim que o governador desembarcou em Fortaleza. Aníbal contou ao governador que já havia conversado sobre o assunto com Fernando Henrique e protestado contra a indicação de Costa - auxiliar direto do ministro da Saúde, José Serra. Tasso declarou à imprensa, ainda no aeroporto, que a nomeação de auxiliares é prerrogativa de Fernando Henrique. "Eu não me meto em nomeação de presidente", afirmou. Entretanto, ele avisou a aliados que tentará evitar um novo lance de Serra, seu principal adversário na corrida presidencial. Na reunião da executiva do PSDB, na quarta-feira, a informação de que o assessor de Serra seria o novo secretário de Comunicação criou mais uma aresta no dividido partido. "Foi um tremendo mal-estar", confidenciou um dos participantes. Os tucanos ficaram irritados com a decisão do presidente. Disseram que Fernando Henrique aceita "os caprichos" de Serra e chegaram a classificar o ato como "molecagem". O presidente, que pretende fazer mudanças na estrutura da secretaria para adaptá-la ao perfil do novo secretário, não esperava uma reação tão forte do partido. Para os aliados de Tasso, a Secretaria de Comunicação deveria ser ocupada por alguém com perfil diferente de Andréa Matarazzo, que deixou o cargo para ser embaixador em Roma. Na avaliação deles, o ex-secretário trabalhava afinado com Serra. Aníbal e aliados de Tasso defendem o nome do jornalista José Abrão, hoje secretário-executivo do Ministério da Reforma Agrária. Fernando Henrique chegou a convidar Abrão, há cerca de um mês, pelo bom trânsito que tem no PSDB. O nome de Caio Carvalho, presidente da Embratur, também chegou a ser cogitado, apesar dele também ser ligado a Serra.

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